As adaptações do clássico:
Televisão
"O Tempo e o Vento", telenovela da TV Excelsior, 1967
Seis anos depois da publicação do último tomo de O Arquipélago, O Tempo e o Vento ganhou sua primeira adaptação para a então incipiente televisão brasileira. A novela homônima, produzida pela TV Excelsior e apresentada no horário das 21h30min, teve 210 capítulos, de julho de 1967 a março do ano seguinte. A emissora buscou a inspiração na obra de Erico Verissimo depois de outra adaptação, do livro As Minas de Prata, de José de Alencar, atingir grande sucesso na faixa das 19h30min.
Adaptada por Teixeira Filho e dirigida por Dionísio de Azevedo, O Tempo e o Vento foi dividida em três partes _ A Fonte e Ana Terra, com 30 capítulos cada, e Capitão Rodrigo, com 150 capítulos. O elenco trazia Carlos Zara no papel de Rodrigo Cambará e Geórgia Gomide como Ana Terra. Maria Estela interpretou Bibiana, e Altair Lima fez o papel de Licurgo. Consta que muitas vezes os atores passavam 24 horas dentro do estúdio, e não foram raras as cenas de confraternização entre os câmeras, diretores e atores depois de um momento mais emocionante.
Certa vez, Zara afirmou que nenhum outro personagem vivido por ele o comoveu _ e comoveu o público _ tanto quanto o Capitão Rodrigo Cambará:
_ Erico era um ótimo escritor e sua obra é uma maravilha. Até hoje, o público que não esquece do Capitão acha que nasci no Rio Grande do Sul devido ao sotaque do personagem _ declarou o ator, natural de Campinas, que morreu em 2009.
Assista ao webdocumentário sobre o cinquentenário da obra:
"O Tempo e o Vento", minissérie da TV Globo, 1985
Em 1985, Doc Comparato assumiu o desafio de adaptar O Continente para uma minissérie da TV Globo. Três anos antes, o autor havia dividido com Aguinaldo Silva o roteiro da primeira minissérie da Globo, Lampião e Maria Bonita, mas O Tempo e o Vento foi o primeiro trabalho que ele assinou sozinho. Exercitou seu poder de síntese, já que não dispunha dos folgados 210 capítulos de que dispôs Teixeira Filho em sua telenovela, mas de apenas 25.
Sob a direção do gaúcho Paulo José, O Tempo e o Vento foi dividida em quatro partes. Ana Terra tinha Glória Pires interpretando a matriarca dos Terra e Lima Duarte como Rafael Pinto Bandeira. Em Um Certo Capitão Rodrigo, Tarcísio Meira e Louise Cardoso interpretaram a dupla Rodrigo Cambará e Bibiana. Em A Teiniaguá, Lilian Lemmertz foi Bibiana, Daniel Dantas foi Bolívar, Carla Camuratti interpretou Luzia e José Lewgoy viveu Bento Amaral. E, por fim, O Sobrado, uma nova Bibiana, Lélia Abramo, que contracena com Armando Bógus como Licurgo.
Com produção grandiosa _ foi construída uma cidade cenográfica de 40 mil metros quadrados em Pedra de Guaratiba _, a minissérie recebeu o prêmio Coral Negro de Melhor Vídeo no Festival de Cinema e Vídeo de Havana, em 1986. A produção está disponível em DVD da Som Livre.
"O Tempo e o Vento", trilha sonora da minissérie homônima, por Tom Jobim, 1985
A trilha da minissérie O Tempo e o Vento foi composta por Tom Jobim especialmente para a série. A música O Tempo e o Vento (Passarim), cuja versão instrumental foi o tema de abertura da série, acabou conhecida pela parte entre parênteses do título.
Tom acompanhou parte das gravações. O disco teve Dori Caymmi e Jacques Morelenbaum como arranjadores, e Danilo Caymmi e Paulo, filho de Tom, tocam com o maestro na faixa-título. Das canções compostas por Jobim, uma foi gravada por Kleiton & Kledir (Um Certo Capitão Rodrigo) e duas por Zé Renato (Rodrigo Meu Capitão e Senhora Dona Bibiana).Renato Borghetti interpreta Minuano, de Sadi Cardoso, e o Conjunto Farroupilha, Querência / Boi Barroso.
"Memórias de Escritor", especial da RBS TV, 2005
O Capitão Rodrigo voltou a ser revivido em 2005. Para a comemoração do centenário de Erico Verissimo, a RBS TV apresentou o documentário especial Memórias de um Escritor, dentro da série Cinco Vezes Erico.
O especial, com direção de Rafael Figueiredo e roteiro de Cristina Gomes, tem no elenco Evelyn Ligocki (Ana Terra), Heitor Schmidt (Floriano) e Tarcísio Filho, que interpreta o mesmo personagem vivido por seu pai, Tarcísio Meira, 20 anos antes.
Em vez de encarnar a ficção, o Capitão Rodrigo de Tarcisinho, assim como os demais personagens, atua como narrador da história de seu criador.
_ Este recurso de usar os personagens para contar a biografia de um escritor é maravilhoso _ disse o ator durante as gravações.
Também emprestaram a voz e a imagem às palavras do escritor gaúcho Leonardo Machado (Eugênio, de Olhai os Lírios do Campo), Júlio Andrade (Malazarte, de Fantoches) e Rosângela Batistella (Dona Quitéria, de Incidente em Antares).
Além do documentário, quatro episódios de dramaturgia _ Olhai os Lírios do Campo, Caminhos Cruzados, Noite e O Resto É Silêncio _ fizeram parte da comemoração.
Cinema
"O Sobrado", longa de Walter George Durst e Cassiano Gabus Mendes, 1956
A primeira adaptação audiovisual de O Tempo e o Vento se propôs a um desafio narrativo: o roteirista Walter George Durst, que divide os créditos de direção com Cassiano Gabus Mendes, extraiu da trilogia apenas a sequência O Sobrado. A adaptação livre resultou em um filme homônimo, de 1956. Os atores _ Fernando Baleroni como Licurgo, Bárbara Fazio como Ismália, Adriano Stuart como Rodrigo Terra Cambará _ pertenciam ao elenco da TV Tupi.
"Um Certo Capitão Rodrigo" , longa de Anselmo Duarte, 1971
Filmado em General Câmara, Triunfo, Santa Maria e Santo Amaro, Um Certo Capitão Rodrigo, de Anselmo Duarte, teve assessoria técnica de Paixão Côrtes. Tinha no elenco Francisco di Franco (Rodrigo Cambará) e Elza de Castro (Ana Terra).
"Ana Terra", longa de Durval Garcia, 1972
Rodado em Cruz Alta e dirigido por Durval Garcia, Ana Terra é resultado da mesma idealização de Tônia Carrero e Alberto Ruschel que deu origem a Um Certo Capitão Rodrigo, um ano antes. O papel título é vivido pela atriz Rossana Ghessa.
O diretor Jayme Monjardim finaliza uma nova adaptação de O Tempo e o Vento, com estreia prevista para 2013. A produção foi filmada no Rio Grande do Sul. No elenco, estão Fernanda Montenegro, Cléo Pires e Thiago Lacerda.
Teatro
"O Sobrado", montagem do Grupo Cerco, 2008
A montagem teatral de O Sobrado, pelo grupo Cerco, com direção de Inês Marocco, recebeu prêmios Braskem de Melhor Espetáculo pelos júris oficial e popular no Porto Alegre Em Cena.