Uma das revelações científicas mais importantes do século foi anunciada na madrugada desta quarta-feira, na Suíça. Uma conferência do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) anunciou a descoberta de "sólidas evidências" da existência do bóson de Higgs, também conhecida com a "partícula de Deus", a misteriosa partícula subatômica que daria massa à matéria - e cuja existência foi prevista em teoria.
Os cientistas - entre os quais, dezenas de brasileiros - fizeram um pacto de silêncio e só divulgaram as revelações às 4h desta quarta-feira, horário de Brasília.
- Este é um resultado preliminar, mas nós achamos que é muito forte e muito sólido - afirmou Joe Incandela, porta-voz do Cern, na conferência.
A partícula batizada pelo britânico Peter Higgs em 1964 nunca teve a existência comprovada. Na prática, porém, a física não consegue encontrar outra explicação para completar o chamado Modelo Padrão.
A teoria
Segundo essa teoria, desenvolvida a partir de estudos e descobertas ao longo do século passado que descrevem as partículas e forças envolvidas na estrutura da matéria, tudo que é visível no Universo é composto por 12 partículas subatômicas fundamentais, que não podem ser divididas em partes menores. Mas o modelo é incompleto, pois não explica por que a matéria tem massa.
O bóson de Higgs seria a misteriosa 13ª partícula que daria massa à matéria - e comprovaria a ocorrência do Big Bang, a grande explosão que teria dado origem ao Universo. Por isso, a corrida pela chamada "partícula de Deus" tornou-se um dos grandes desafios da física contemporânea.
Em dezembro de 2011, as experiências com o maior e mais potente acelerador de partículas do mundo - o LHC, do CERN -, na fronteira entre a França e a Suíça, apresentaram "provocadores indícios" de que a partícula estaria escondida em uma estreita faixa de massa.
Em gráfico, entenda a descoberta e saiba porque ela é importante
Revelação científica
Cientistas anunciam "sólidas evidências" da "partícula de Deus"
Partícula subatômica que daria massa à matéria foi anunciada durante conferência na Suiça
GZH faz parte do The Trust Project