Convidado desta segunda-feira do ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento, o arquiteto britânico Cameron Sinclair, apresentou no Salão de Atos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) o trabalho feito pela ONG Architecture for Humanity (AFH), que busca soluções para comunidades em situações de crise humanitária.
Ressaltando o trabalho realizado por uma equipe multidisciplinar, Sinclair comentou que o acesso a arquitetura ainda é restrito e que a AFH, do qual é fundador, busca dar apoio e servir a pessoas que não têm acesso aos profissionais da área.
- Somos uma organização incomum, que se dedica às necessidades sociais. Nosso compromisso é construir para as comunidades que criamos os projetos. Não adianta ter uma solução fantástica e ir embora, como muitos fazem - explicou Sinclair.
O orçamento reduzido e curto prazo para fazer a obra são um dos tantos desafios enfrentados pelos arquitetos e designers que fazem parte da ONG. O palestrante estima que 2 milhões de pessoas usufruam atualmente de algum trabalho feito por eles. Como as equipes não permanecem nos locais que ajudam após as obras, um dos focos dos projetos é pensar em formas de auxiliar também economicamente e socialmente a comunidade.- Quando falo em sustentabilidade, não é apenas nos materiais utilizados na construção, mas na criação de uma atividade na comunidade que dure muitos anos. Nem sempre a tecnologia é o principal, pensamos na geração de empregos para o local - disse.Com exemplos de projetos espalhados pelo mundo, a ONG emprega neles um lema: "não tem lugar para ego, nem lugar para logotipo". Patrocinadas por empresas, as obras de centros esportivos e de saúde, escolas e outros, já chegaram em países devastados por terremoto, como o Haiti, e por tsunami, como o Japão. Por isso, a ideia também é construir lugares seguros para as pessoas.Antes de apresentar exemplos de trabalhos da ONG, Sinclair, que está pela primeira vez em Porto Alegre, cumprimentou o público e se mostrou animado com a transformação prevista para a orla do Guaíba. Durante a palestra, o arquiteto mostrou bom humor ao comentar sobre a quantidade de cães que encontrou na visita à Vila Nova Chocolatão e ao comparar a altura de uma pessoa à do prefeito José Fortunati. Ao longo do ano, o projeto cultural Fronteiras do Pensamento Porto Alegre traz as discussões mais relevantes para fazer pensar sobre grandes questões contemporâneas e é apresentado pela Braskem, tem o patrocínio de Unimed Porto Alegre, Natura, Gerdau e Grupo RBS. O projeto conta com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul como universidade parceira, o apoio da Petrobras no módulo educacional e parceria cultural da Unisinos, Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
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