Resíduos sólidos são materiais descartados resultantes de diversos processos industriais. O manejo desse excedente é importante, uma vez que gera impactos nas esferas ambiental, social e econômica. Conforme a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), as empresas devem adotar um conjunto de procedimentos de planejamento, implementação e gestão para reduzir a produção das sobras e proporcionar coleta, armazenamento, tratamento, transporte e destino adequado a elas.
A Randoncorp, por exemplo, visando direcionar ações de prevenção ambiental, instituiu, em 2021, o programa Rota Verde. Trata-se de um guarda-chuva para projetos voltados ao meio ambiente – um pilar importante para a companhia. Entre os principais compromissos, está zerar a disposição de resíduos em aterro industrial e o lançamento de efluentes tratados até 2025.
Como forma de medir o sucesso, a Randoncorp utiliza a Taxa de Conversão como indicador estratégico, que relaciona a matéria-prima consumida à quantidade de resíduo gerado. Hoje, esse parâmetro está em 85%. Os excedentes do processo produtivo da companhia incluem sucata metálica, embalagens e sobras de materiais e insumos. Como destinação, a prioridade é a reutilização e a reciclagem, especialmente por meio de parcerias.
– A viabilidade de um negócio passa, efetivamente, pela sustentabilidade. Toda empresa visa lucro, mas deve, também, respeitar as questões ambientais. Um dos princípios da Randoncorp é o lucro com sustentabilidade, no qual desdobramos o conceito em projetos e ações – diz a gerente de saúde, segurança do trabalho e meio ambiente da Randoncorp, Luciane Sartori.
Cases em destaque
A Randoncorp trabalha com uma série de projetos dentro do Rota Verde, sendo que alguns deles despontam quando o assunto é gerenciamento de resíduos sólidos.
O projeto Ecoareia, por exemplo, recicla e reutiliza a areia resultante do processo de fundição. O produto representa mais de 70% do volume de resíduos produzidos pela Castertech Caxias do Sul, uma das unidades da companhia especialista em tecnologia para componentes fundidos e usinados. Também é o item de maior volume descartado nos processos industriais da própria empresa. Em parceria com a Caxiense Fagundes, a indústria recebe essas sobras e as reutiliza na cadeia produtiva.
A areia descartada de fundição (ADF) tem bastante utilidade na construção civil. Por ter origem mineral, pode ser usada na base da composição da manta asfáltica em estradas e pavimentações em geral. No momento, a reutilização ocorre como substituição parcial ao pó de brita. Apenas na fundição de Caxias do Sul, a Castertech gera cerca de 800 toneladas de areia ao mês.
– A nossa principal matéria-prima, no entanto, é o aço carbono. Ele é reciclado em sua totalidade, sendo a maior parte incorporada em nossas próprias fundições. Cerca de 80% da sucata metálica utilizada como matéria-prima de nossas fundições é proveniente dos resíduos gerados em nossas operações – ressalta Luciane.
Vale ainda destacar que, em 2023, mais de nove toneladas de rejeito de fundição geradas nas unidades da companhia e em fundições externas foram reutilizadas como matéria-prima pela Frasle Mobility Caxias do Sul. Trata-se de uma das unidades da Randoncorp especializada em soluções sustentáveis para a mobilidade.
De olho no futuro
A geração de resíduos nos processos produtivos existe e não pode ser ignorada. Por isso, não basta implementar projetos de reutilização ou reciclagem. É preciso sempre estar atento para buscar processos mais eficientes. Pelo menos é assim que Luciane vê o gerenciamento das sobras pela Randoncorp.
– Com auxílio de tecnologia e inovação, temos cada vez mais oportunidades de gerar menos resíduos. Enxergo, no futuro, um processo operacional mais eficiente e a possibilidade de concebermos produtos mais sustentáveis – conclui a profissional.