Expulsa das Olimpíadas de Paris, a nadadora brasileira Ana Carolina Vieira publicou na terça-feira (6) uma nota assinada por seus advogados com mais detalhes sobre o desligamento. O comunicado afirma que a punição, ocorrida em 28 de julho sob a justificativa de “má conduta”, causou “danos irreparáveis” e que a atleta se encontra “em período de restabelecimento psicológico”.
De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), Ana Carolina e o namorado Gabriel Santos, que também é nadador, deixaram a Vila Olímpica sem autorização na noite de 26 de julho. O atleta foi punido com advertência, enquanto a brasileira foi desligada da delegação por também ter contestado a decisão técnica tomada pela comissão da Seleção Brasileira de Natação, “de forma desrespeitosa e agressiva”.
Após a expulsão, Ana Carolina publicou uma série de vídeos nas redes sociais, informando inclusive que denunciou um caso de assédio. Em nota, o COB contestou as afirmações da nadadora e afirmou que “não existem denúncias pendentes referentes a atletas ou membros do corpo técnico da natação” vinculados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
O comunicado publicado no perfil da nadadora na terça diz que ela se manifestará em momento oportuno, “pois encontra-se em período de restabelecimento psicológico com acompanhamento profissional em virtude de todo ocorrido”. A nota também destaca que Ana Carolina “cumpriu com todas as suas obrigações profissionais” durante sua atuação nos Jogos de Paris.
Conforme o texto, o casal se dirigiu à Torre Eiffel na tarde de 25 de julho, em período de folga, para registrar o momento que estava vivendo. O passeio teria durado cerca de uma hora e meia, com translado realizado com veículos oficiais disponibilizados aos competidores.
A nota diz que, no dia seguinte, as atletas que realizariam a prova de 4x100m livres em 27 de julho foram informadas de que uma das nadadoras que compunham o revezamento seria substituída.
“Movida por um senso de patriotismo, sabendo que a decisão influenciaria diretamente no desempenho da equipe, Ana Carolina, em nome da equipe, se insurgiu, o que jamais poderá se confundir com agressividade ou desrespeito”, continua o comunicado.
No dia 28, a nadadora foi comunicada do desligamento, de forma “completamente arbitrária e sem qualquer possibilidade de defesa”, ficando "em completo desamparo por parte dos responsáveis pela missão”, diz o texto.
Por fim, a nota destaca que os danos da expulsão “são irreparáveis do ponto de vista psicológico e profissional, uma vez que o fato repercutiu mundialmente de forma distorcida e à margem da verdade” e que as “medidas necessárias serão tomadas para que os fatos sejam efetivamente apurados perante os órgãos competentes”.
Em esclarecimento publicado em 30 de julho, o COB garantiu que sua atuação foi pautada “pelo respeito, atenção e cuidado à atleta em razão do momento delicado pelo que ela passava”.
Além disso, afirmou que durante todo o processo a atleta esteve acompanhada da Oficial de Salvaguarda e líder do Esporte Seguro da Missão Brasileira em Paris, que lhe prestou apoio, e que Ana Carolina “falou com a mãe, com o psicólogo da delegação, arrumou suas malas e teve acesso irrestrito a alimentação e hidratação antes de se dirigir ao aeroporto”.