Os Jogos em Paris 2024 ficaram marcado por algumas polêmicas, como a poluição no Rio Sena e infecção de atletas, mas também por situações de preconceito. Antes mesmo do começo dos Jogos, no final de julho, os holofotes já estavam na cidade francesa. Zero Hora elencou cinco situações controvérsias em Paris 2024. Confira:
As cinco maiores polêmicas dos Jogos de Paris
1 - Poluição no Rio Sena
Desde que iniciaram os Jogos, as atividades olímpicas no Rio Sena foram canceladas cinco vezes por causa da poluição. O primeiro treino de reconhecimento da natação para o triatlo chegou a ser adiado por dois dias seguidos.
A equipe da Bélgica, por exemplo, decidiu não participar da prova. O motivo foi o estado de saúde de Claire Michel, uma das integrantes do time, que contraiu uma infecção da bactéria E. Coli após competir na prova individual de triatlo.
A natação no Sena era proibida há mais de um século, devido à má qualidade da água. Os organizadores investiram 1,4 bilhão de euros (US$ 1,5 bilhão) para preparar o rio antes dos Jogos Olímpicos.
2 - Luta levanta polêmica sobre gênero nas Olimpíadas
A argelina Imane Khelif venceu a italiana Angela Carini em 45 segundos, com um forte golpe no rosto da adversária, em 1º de agosto, pelo boxe feminino. Carini se dirigiu ao corner, inicialmente para arrumar o capacete, mas abandonou a luta na sequência e, segundo pessoas no local, ela teria se sentido injustiçada pelo fato de Khelif já ter sido reprovada em um teste de gênero no Mundial de 2023. O evento era promovido pela Associação Internacional de Boxe (IBA), que foi desfiliada no ano passado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e não organiza mais o torneio olímpico de boxe.
Segundo o COI, a argelina estava apta a disputar os Jogos de Paris. A italiana negou que o preconceito tenha sido o caso de seu abandono. Porém, o governo italiano, através da ministra da Família, Eugenia Roccella, classificou como "muito preocupante saber que duas pessoas transgênero foram admitidas nas competições de boxe feminino".
A segunda pessoa citada por Roccella é Lin Yu-ting, de Taiwan, que também havia sido reprovada pela IBA.
Nas redes sociais, personalidades como a escritora J.K. Rowling e o empresário Elon Musk também teceram críticas à atleta da Argélia.
Mas o que dizem as regras olímpicas:
Segundo as regras do comitê olímpico, atletas só podem ser excluídas das competições femininas quando está claro que elas têm uma vantagem injusta sobre as outras competidoras ou por questões de segurança.
A IBA não especificou porque Imane Khelif e também Lin Yu-ting não passaram nos testes de gênero no último ano, mas informou que os níveis de testosterona das atletas — que poderiam afetar seu desempenho — não foi medido.
Nenhuma das lutadoras se identifica como transgênero e existem síndromes e desordens genéticas que podem levar mulheres a possuírem o gene Y.
3 - Nadadora brasileira expulsa das Olimpíadas
Ana Carolina Vieira foi desligada da equipe de natação brasileira em 28 de julho por "má conduta". Segundo o Comitê Olímpico do Brasil (COB), Ana Carolina e o namorado Gabriel Santos, que também é nadador, deixaram a Vila Olímpica sem autorização na noite de 26 de julho.
Gabriel foi punido com advertência, enquanto Ana Carolina foi expulsa da delegação por também ter contestado a decisão técnica tomada pela comissão da Seleção Brasileira de Natação, “de forma desrespeitosa e agressiva”.
4 - Comaneci pede revisão e prova que deu ouro a Rebeca Andrade
A ex-ginasta Nadia Comaneci, um dos maiores nomes da ginástica na história, questionou o pódio na prova que deu o ouro a Rebeca Andrade no solo na ginástica artística.
A romena enviou diversos pedidos de revisão de nota de sua compatriota Sabrina Voinea à Federação Internacional de Ginástica (FIG). A intenção da Nadia era que Sabrina "retomasse" seu lugar no pódio com a medalha de bronze.
Ela ocupava a terceira posição com 13,700 e chegou a comemorar sua medalha olímpica, mas os juízes resolveram rever a pontuação de Jordan Chiles, dos Estados Unidos, e aumentaram sua nota para 13,766, o que tirou a romena do pódio.
5 - "Acharam vermes em peixes"
O nadador britânico Adam Peaty desabafou em uma entrevista nesta semana e detonou as condições impostas pela organização dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 na Vila Olímpica. O atleta afirmou que a alimentação do refeitório está longe da ideal e revelou que atletas chegaram a encontrar "minhocas" no peixes que foram servidos no local.
A utilização de peixe no cardápio do refeitório da Vila Olímpica foi uma estratégia adotada pela organização dos Jogos como uma forma de diminuir o impacto ambiental causado pelo consumo de carne vermelha. Porém, houve esta denúncia por parte do seis vezes medalhista olímpico.