A intenção do Comitê Olímpico Internacional (COI) de ter igualdade no número de atletas homens e mulheres nas Olimpíadas de Paris será frustrada. Desde que os esportes que estarão presentes no programa dos Jogos de 2024 foram definidos, a entidade alardeava que, enfim, haveria igualdade de gênero no evento. Porém, algumas modalidades impedirão que a meta seja atingida.
O evento que começa em 26 de julho deverá ter entre 100 a 200 homens a mais na comparação com as mulheres, de acordo com levantamento feito pelo ge.com. Hipismo, tênis, atletismo e natação são as modalidades que prejudicaram a igualdade.
Os dados ainda são preliminares. O COI divulgará a lista definitiva de inscritos apenas no dia 26, mas é possível fazer uma estimativa.
Esportes "vilões"
Um dos "vilões" será o hipismo. Nesta modalidade não há distinção de gênero, e homens e mulheres disputam a prova conjuntamente. Segundo o estudo, 60 homens a mais que mulheres estarão presentes nas disputas deste esporte em Paris.
Natação e atletismo, modalidades com maior quantidade de atletas nos Jogos, também tiveram dificuldade para chegar à paridade. Nesses casos, o fator prejudicial foram as chamadas "vagas de universalidade". São classificações às Olimpíadas dadas a países que não contam com atletas com índice para se classificar às provas. Essas vagas são preenchidas de acordo com critérios de cada comitê olímpico nacional. Os dados do ge.com apontam que a natação terá 69 homens a mais e o atletismo 21.
No tênis, a disparidade está em seis homens a mais. A lista final ainda está sendo definida já que é uma modalidade em que há muitas desistências, uma vez que os Jogos Olímpicos têm uma representatividade menor no ranking dos atletas.
Embora exista o mesmo número de vagas entre os gêneros no tênis, há situações que podem causar o desbalanceamento, já que a modalidade conta com disputas masculina e feminina em simples e duplas e também de duplas mistas. Pode acontecer de um determinado atleta estar classificado para uma disputa e não estar na outra, com a vaga sendo ocupada por um outro tenista, causando a falta de equidade.
Apesar da equidade não ter sido atingida, esta será a Olimpíada com a menor diferença na quantidade de atletas entre os gêneros. A marca anterior pertencia a Tóquio, em 2021. Daquela vez, foram 501 atletas homens a mais do que mulheres.
O Brasil
Já a delegação brasileira terá, pela primeira vez, mais mulheres do que homens. Entre os 276 atletas classificados para os Jogos representando o Brasil, 153 são mulheres, o equivalente a 55% da delegação. Inicialmente eram 277, mas o maratonista Daniel Nascimento testou positivo em exame antidoping e foi cortado da relação.