Nas Olimpíadas do Rio, em 2016, um fisioterapeuta de Tupanciretã se deslumbrou com a magnitude da Vila Olímpica. Voluntário nos Jogos, Renan Leal Machado, 39 anos, atendeu atletas de 12 países na policlínica e conheceu o jamaicano Usain Bolt, lenda do atletismo. Em 2024, voltará ao ambiente olímpico: embarcará em breve para se voluntariar em Paris.
Lá, pretende viver experiências tão intensas quanto as que teve no Rio. Afinal, guardou na memória o encontro com o único homem capaz de correr 100 metros em 9,58s e que conquistou oito ouros olímpicos. Ainda que a primeira chance de vê-lo tenha sido frustrada.
Durante uma consulta de Bolt com um dentista, a gerência da policlínica da Vila Olímpica informou aos funcionários que o velocista teria uma conversa com eles em uma sala em separado. No entanto, o jamaicano tinha outros planos.
— Ele saiu pela porta dos fundos e não falou conosco — sorri Machado.
Mesmo assim, o gaúcho se encontrou com o jamaicano em outro momento na Vila Olímpica. Mas conseguiu apenas uma foto borrada como recordação. O que não deixa de fazer sentido quando se fala do maior velocista da história.
— É uma foto real, mas não está nítida. Até antes de ir para as Olimpíadas (de Paris) me ocorreu que vou comprar um celular melhor do que eu tenho — brincou o voluntário.
Renan Machado também viveu as competições no Rio. Nas suas folgas, comprava ingressos e assistia aos Jogos com um adereço especial:
— Por eu estar em algumas competições lá, ia com a roupa de voluntário e a bandeira do Inter. Sou colorado, e arrumei vários amigos por estar com aquela bandeira. Recomendo a todo mundo que seja voluntário. Até para entregar água ao atleta. É uma ótima experiência.
Maratona até Paris
Para participar como voluntário das Olimpíadas neste ano, Renan Machado terá de encarar uma verdadeira maratona. Morador de Santa Maria, viajará quatro horas até o aeroporto de Passo Fundo, de onde partirá seu voo para São Paulo.
Da capital paulista, tomará um avião que fará escala em Madrid antes de chegar a Paris. Seu desembarque está previsto para 25 de julho, um dia antes da abertura, quando ele poderá iniciar seu período de 10 dias como fisioterapeuta voluntário nas Olimpíadas. Mas sua atenção ficará permanentemente conectada com quem fica em Santa Maria.
— Minha esposa está grávida. Descobrimos depois que eu tinha organizado a viagem e comprado passagens. Talvez eu não fosse, né? Se descobrisse antes, ficaria aqui — explica.
Produção: Fernanda Axelrud