A seleção brasileira masculina de vôlei está classificada para os Jogos Olímpicos de Paris. A vaga foi assegurada com uma vitória sobre a Itália por 3 a 2, parciais de 25/23, 23/25, 15/25, 25/17 e 15/11, em exatas duas horas de partida disputada no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, sede do Grupo A do Torneio Pré-Olímpico.
Depois de um começo irregular, com sofridas vitórias diante de República Tcheca e Ucrânia, ambas por 3 a 2, e derrota para a Alemanha, grande surpresa da competição, o time dirigido por Renan Dal Zotto se recuperou e venceu Cuba e Irã para chegar neste domingo (8) em confronto direto com a Itália, atual campeã mundial.
O jogo teve contornos de final, afinal as duas seleções estão entre as mais tradicionais do mundo e já decidiram dois títulos olímpicos, Atenas-2004 e Rio-2016, sempre com triunfos brasileiros.
Brasil segura reação italiana e vence 1º set
Empurrado pela torcida, o Brasil começou o jogo com um ponto de Lucarelli em uma bola de meio-fundo. Os italianos devolveram com bloqueio de Romanò em Darlan, grande nome brasileiro na competição. Mas os campeões mundiais estavam instáveis no saque e isso acabou facilitando o trabalho da seleção, que fez 15-10 em erro de Romanò. Darlan ampliou para 20-14 com seu 17º no torneio.
Mas a seleção italiana reagiu no final e salvou três set points, encostando em 24-23, após três bons saques do levantador reserva Sbertoli. Mas em um ataque de Darlan, o Brasil marcou 25 a 23, após 28 minutos.
No ritmo de Gianelli, Itália reage e empata
O levantador italiano Simone Gianelli foi o grande nome da segunda parcial. Ele comandou a reação moral e técnica da equipe europeia, que logo na largada fez 12-7, forçando Renan Dal Zotto a parar o jogo e trocar Bruninho e Darlan por Fernando Cachopa e Alan. As novas orientações deram resultado e a seleção brasileira virou em 13-12, com ótima sequência de saques de Alan.
A Itália se recuperou e saiu de um 21-19 contra para empatar em 22-22, em ataque do ponta Alessandro Michieletto e virar em erro de Alan. Mais uma vez Gianelli foi decisivo e marcou o 24-23 em uma bola de segunda e logo depois forçou o saque para que o bloqueio parasse Lucarelli, devolvendo o 25 a 23, deixando a disputa empatada.
Itália mostra força e vira o jogo
Campeã mundial e vice europeia, a equipe dirigida por Ferdinando De Giorgi mostrou toda sua força no terceiro set e depois de um começo equilibrado até 9-9. Dominou totalmente a equipe brasileira.
O saque fez a diferença e Michieletto se destacou com uma sequência impressionante de aces e bolas que desestabilizaram o passe brasileiro, saindo de 17-13 para 23-13. No final, um erro de Fernando Cachopa definiu o 25 a 15 e a virada da Itália.
Pressionado, Brasil atropela e leva decisão para o tie-break
Abatida e pressionada pela derrota no set anterior, a seleção brasileira foi para o tudo ou nada na quarta parcial. Renan retornou Darlan e Bruninho e um bloqueio de Lucão em Michieletto foi a senha para a torcida voltar a incendiar a equipe. Lucarelli encaixou um ponto de saque (8-6) e quando Bovolenta errou e a vantagem passou para quatro (10-6), a Itália sentiu o momento desfavorável.
Embalado pelo bom momento, o time brasileiro contou com dois bloqueios de Flávio e fez 13-7, para logo depois Darlan acertar um belo ataque do fundo e um ace e dobrar a pontuação italiana (16-8). Michieletto errou o saque, que tanto incomodou no set anterior e o placar chegou a 21-12. O ponto que definiu a necessidade de um tie-break veio com Darlan e o 25-17 fez explodir a torcida nas arquibancadas do Maracanãzinho.
Tie-break brasileiro e vaga em Paris
O tie-break foi equilibrado até 9-9, com as duas seleções trocando pontos. Um bola positiva de Flávio colocou o Brasil na liderança em 10-9. Daraln colocou mais uma bola no chão e o 12-10 aproximou a seleção de Paris. Lucarelli brilhou no saque e com um ace definiu o 15 a 11, a vitória e a explosão definitiva do Maracanãzinho, que voltou a vibrar como na final olímpica de 2016.