O carioca Ricardo Mendonça conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil no Mundial de atletismo paralímpico em Paris, na França, ao vencer nesta segunda-feira (10), a prova dos 100 metros pela classe T37 (paralisados cerebrais), que ainda teve Christian Gabriel da Costa faturando o bronze.
Além destas duas medalhas, a equipe brasileira ainda comemorou mais uma dobradinha no pódio dos 5.000 metros T11 (cegos) com a prata de Júlio César Agripino e o bronze de Yeltsin Jacques.
Ricardo, que havia feito 11s25 nas eliminatórias e batido o recorde da competição, conseguiu ser ainda mais rápido na final e conquistou o ouro com 11s21, novamente sendo a melhor marca da prova. O atleta, 33 tinha como melhor resultado na carreira o bronze nos 200 metros nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
— É a realização de um sonho. Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui agora. É maravilhoso estar aqui. Ano passado, lesionei o joelho, pensei em desistir. Mas eu consegui. Agradeço a todos que fizeram parte dessa história — disse Ricardo, após a prova.
Bronze, o paulista Christian Gabriel fechou a final em 11s38, seu melhor tempo na temporada. A prata ficou com Saptoyogo Purnomo, da Indonésia, que terminou a disputa em 11s27.
Já nos 5.000 metros da classe T11, o paulista Júlio César Agripino e o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques correram em 15min07s21 e 15min12s37, respectivamente, sendo ultrapassados na reta final pelo japonês Kenya Karasawa, que levou o ouro com o tempo de 15min05s19.
— Fiquei um ano e pouco afastado das pistas devido a uma lesão. Fiquei mal, não consegui treinar direito antes do Mundial. Mas hoje voltamos no alto nível. O Brasil demonstrou que tem atletas muito competitivos. Agradeço à minha família e aos meus guias. Pretendo voltar melhor em Paris no ano que vem — afirmou Yeltsin.
Outros brasileiros disputaram finais no dia. A maranhense Rayane Sores finalizou na quinta colocação na final dos 100 metros T13 (deficientes visuais), com 12s70. A campeã da prova foi Lamiya Valiyeva, do Azerbaijão, com 11s99. O paraibano Cícero Nobre, com 48,31m, se manteve na terceira colocação do lançamento de dardo F57 (cadeirantes) por quase toda a disputa, mas acabou superado nos lançamentos finais pelos adversários e encerrou na quarta posição. O ouro ficou com o iraniano Amanolah Papi, com 50,09m, a prata, com o turco Mummahet Khalvandi, com 49,98m, e o bronze, com Yorkinbek Odilov, do Uzbequistão, com 49,39m.
Ainda nesta segunda-feira, a potiguar Maria Clara avançou às finais dos 100 metros com o sétimo melhor tempo – 12s69. Foi sua melhor marca pessoal na prova. A também potiguar Thalita Simplício conseguiu um lugar na final dos 400m T11 (cegas) ao completar o percurso em 56s78. A decisão acontece nesta terça-feira, 11, às 15h10 (de Brasília). Na mesma prova, a paraense Jhulia Karol fez 59s80 e não se classificou.
Com as três medalhas conquistadas nesta segunda, o Brasil soma seis pódios. No domingo, a equipe nacional conquistou uma prata, com Lorena Spoladore no salto em distância da classe T11 (para cegos), e um bronze com Vinicius Quintino na petra (T72) e outro com Wallace dos Santos no arremesso de peso F55 (para cadeirantes).