A Agência Internacional de Testes (ITA), que lidera um programa independente de antidopagem reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) concluiu a reavaliação de amostras colhidas durante os Jogos Olímpicos de Londres-2012 e constatou 73 novos casos de doping, sendo 31 deles de medalhistas (8 ouros, 14 pratas e 9 bronzes), que foram desclassificados, o que gerou a realocação de 46 pódios em quatro esportes, sendo 22 no levantamento de peso, 18 no atletismo, 4 na luta livre e 2 na canoagem.
Segundo a entidade, a maioria dos resultados positivos apresentou a detecção do uso de esteroides anabolizantes. Foram reavaliadas 2.727 amostras e a distribuição dos 73 novos casos foi a seguinte: Rússia (21), Bielorrússia (11), Ucrânia (7), Cazaquistão (6), Turquia (5), Romênia (4), Armênia e Azerbaijão (3), Albânia, Bulgária, Geórgia, Moldávia e Uzbequistão (2) e Letônia, Lituânia e Eslovênia (1). As modalidades que tiveram atletas flagrados foram levantamento de peso (36), atletismo (28), luta livre (3), canoagem (2), boxe, ciclismo, natação e vôlei (1).
Dos 31 casos de desclassificação de medalhistas, a Rússia teve 13 (2 ouros, 10 pratas e 1 bronze), seguida por Cazaquistão (4 ouros), Ucrânia (1 ouro, 1 prata e 1 bronze), Romênia (1 prata e 1 bronze), Bielorrússia e Moldávia (2 bronzes), Uzbequistão (1 ouro), Geórgia e Lituânia (1 prata) e Armênia e Azerbaijão (1 bronze).
Com a redistribuição de medalhas, os países que acabaram beneficiados foram Irã (2 ouros), Polônia (1 ouro, 1 prata e 1 bronze), Rússia (1 ouro e 1 prata), Espanha, Taiwan, Tunísia e Canadá (1 ouro), Jamaica (5 pratas), Egito (1 prata e 1 bronze), Bulgária, Etiópia, Finlândia, Alemanha, Indonésia e Coreia do Sul (1 prata), Ucrânia (5 bronzes) e Tailândia, Estados Unidos, Vietnã, Uzbequistão, Coreia do Norte, China, Camarões, Colômbia, República Tcheca, Cazaquistão, Quênia e México, todos com um bronze.
— O resultado deste programa de reanálise mostra claramente que, na luta contra o doping, todos os meios disponíveis devem ser usados para proteger a justiça e os atletas. Às vezes, o tempo é uma dessas ferramentas que permite que a ciência e as abordagens antidoping evoluam a ponto de novos métodos de detecção poderem ser aplicados a amostras coletadas há muitos anos. É por isso que o ITA está comprometido com abordagens inteligentes e abrangentes para o esporte limpo. Os trapaceiros nunca devem se sentir seguros, nem agora, nem amanhã, nem daqui a dez anos. Continuaremos a melhorar constantemente a nossa capacidade de enfrentar o doping de qualquer ângulo possível, esta é a determinação e a missão do ITA. Por meio desse trabalho, o ITA e o COI estão trabalhando de mãos dadas para incutir a confiança no fair play dos atletas que foram diretamente afetados pelo doping de competidores e só receberam o reconhecimento de seus legítimos resultados anos depois— disse o diretor-geral do ITA, Benjamin Cohen.
O Brasil teve 138 reanálises e nenhum resultado positivo. A delegação brasileira foi a sétima mais reavaliada. Os Estados Unidos foi o país que mais teve amostras submetidas aos novos testes, num total de 316. Depois aparecem Grã-Bretanha (254), China (246), Rússia (243) e Austrália (156).
Agora, a Agência Internacional de Testes finalizará o programa de reanálise dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014 e posteriormente iniciará a reanálise das amostras coletadas durante os Jogos Rio 2016. De acordo com a Código Mundial Antidoping, o prazo para que este trabalho de reavaliação seja feito é de até dez anos após o armazenamento das amostras.