Os Jogos Olímpicos de Tóquio foram encerrados no dia 8 de agosto do ano passado. Em meio a incertezas e a uma pandemia, o esporte conseguiu reunir no Japão mais de 11 mil atletas de 206 países, que precisaram passar por rígidos protocolos de segurança sanitária para poder competir e levar ao mundo um pouco de sua normalidade antes da covid-19.
Para o Brasil, Tóquio representou um marco na história dos Jogos. Os atletas do país quebraram o recorde de medalhas conquistadas (21); ganharam o maior número de ouros em uma edição (7), igualando os Jogos Rio 2016; e estiveram no pódio em 13 modalidades, outra marca inédita no evento. Com o melhor desempenho em uma Olimpíada, o Time Brasil finalizou em 12° lugar no quadro geral de medalhas.
Desde então, atletas e equipes já estão correndo atrás de marcas e pontos que os classifiquem para os Jogos de Paris 2024. E nesses 223 dias passados, muitos conseguiram se firmar entre os principais nome do mundo, como a ginasta Rebeca Andrade e as skatistas Rayssa Leal e Pâmela Rosa.
Mas como diz a comunidade olímpica, um ciclo começa imediatamente após a pira ser apagada na edição anterior. Porém, se para Tóquio os atletas de todo o planeta precisaram enfrentar uma pandemia, até Paris o desconhecido novamente se avizinha, afinal o mundo nesse momento vive sob a tensão de uma Guerra na Ucrânia, que poderá ter desdobramentos ainda maiores. Dessa forma, como já havia feito em 2019, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) promoverá neste final de semana, nos dias 19 e 20, a segunda edição do Congresso Olímpico Brasileiro.
O evento acontecerá em Salvador e reunirá 600 participantes, entre treinadores, gestores, profissionais de ciências e das mais diversas áreas de atuação no mercado esportivo. Além deles, 40 medalhistas olímpicos também estarão presentes no encontro que terá uma programação com mais de 30 palestras internacionais e nacionais, além de vivências, exposições e discussões sobre o futuro do esporte.
Em 2020, a equipe de Esportes do Grupo RBS promoveu uma série de entrevistas com o objetivo de discutir o futuro do esporte olímpico após a pandemia de coronavírus que paralisou todas as competições e adiou a Olimpíada de Tóquio. A série Jogos do Futuro procurou debater e apontar algumas soluções para temas que envolvem desde o racismo no esporte, a formação de novos atletas e as políticas públicas de incentivo aos atletas, entre outros. Para isso, foram ouvidas inúmeras personalidades, entre dirigentes, ex-atletas e demais profissionais ligados ao esporte.
O tema do Congresso este ano é “Planejamento, um referencial de futuro para o Esporte Olímpico” e marca o início do ciclo para os Jogos de Paris 2024.
— O II Congresso Olímpico Brasileiro marca o início de um novo ciclo olímpico, que será mais curto, no qual o planejamento nos possibilitará perceber a realidade, avaliar os caminhos e construir um referencial de futuro para o esporte nacional. Teremos grandes nomes, vivências, exposições e um público de qualidade com as pessoas que de fato realizam o esporte no país, que estão na linha de frente. Tenho certeza de que será uma experiência muito positiva para todos — garante o ex-judoca Rogério Sampaio, campeão olímpico em Barcelona 1992, e que hoje é o diretor-geral do COB.
Perceber a realidade, avaliar os caminhos e construir um referencial de futuro para o esporte nacional
ROGÉRIO SAMPAIO
Dietor-Geral do COB sobre II Congresso Olímpico Brasileiro
Nesta sexta-feira (18), o aeroporto de Salvador foi bastante movimentado com a chegada da maioria dos participantes, como Luiz Freitas, secretário municipal de esportes de Primavera do Leste, no Mato Grosso.
— Sou gestor do projeto Craques do Amanhã e especializado em gestão esportiva e pública, com foco na criação de leis de fomento municipais. Estarei no congresso para network. Primavera do Leste é uma cidade em ascensão, onde o esporte movimenta a economia e como marca da gestão estamos trabalhando a descentralização das ações e o fomento a mais de 35 modalidades. A cidade possui uma das melhores infraestruturas para canoagem, seja velocidade ou slalom. É berço da canoísta Ana Sátila, que participou dos três últimos Jogos Olímpicos.
Além das palestras e debates, o Congresso ainda terá uma homenagem a três grandes ídolos do esporte que entrarão no Hall da Fama do COB: Aurélio Miguel, Fofão e Servílio de Oliveira, medalhistas olímpicos, que deixarão suas marcas gravadas para a eternidade. O encontro ainda terá a entrega do Prêmio Esporte Inovação, que vai escolher os melhores projetos em gestão e inovação que apresentarem soluções concretas para os desafios enfrentados no esporte nacional.