Até foi possível acreditar que a maratona dos Jogos Olímpicos de Tóquio terminaria com a surpresa de ter um brasileiro no pódio, já que Daniel do Nascimento chegou a brigar pelas primeiras posições, mas ele passou mal e viu a prova terminar de maneira previsível, ao menos na primeira colocação. Ouro no Rio-2016, o franco favorito Eliud Kipchoge, do Quênia, terminou a prova em 2h08min38s e se tornou bicampeão olímpico.
Logo atrás, vieram o holandês Abdi Nageeye e o belga Bashir Abdi, que ultrapassaram o queniano Lawrence Cherono na reta final para fechar o pódio, com os tempos de 2h09min58s e 2h10min, respectivamente. Único brasileiro que completou a prova, Paulo Roberto de Paula fechou a prova em 69º, com 2h26min10s.
Outro representante do País, Daniel Chaves abandonou a disputa antes de Daniel do Nascimento. Além deles, 28 maratonistas desistiram, já que a taxa de umidade estava alta, ainda que Sapporo tenha sido escolhido para sediar o evento justamente porque costumar ser mais fresca que Tóquio nesta época do ano.
Com a vitória, Kipchoge, de 36 anos, se consolida ainda mais como uma lenda do esporte. O maratonista foi o único da história a correr uma prova em menos de duas horas, quando completou uma maratona não oficial, em Viena, na Áustria, em 1h59min40s. Em provas oficiais, ele é o recordista com 2h01min39s, tempo que não conseguiu diminuir no Japão.
Os primeiros 5km terminaram com o alemão Amanal Petros e o colombiano Jeison Alexandar Suarez como donos do melhor tempo, quando muitos atletas ainda estava embolados no primeiro bloco. O favorito Kipchoge, contudo, não demorou para assumir a ponta, com parcial de 30min53s, aos 10km de prova, ainda com bastante gente na cola, inclusivo o brasileiro Daniel do Nascimento, que criou boas expectativa com o excelente início de prova.
Daniel vinha tão bem que chegou até a ficar em primeiro lugar, com 15km percorridos, pouco antes de seu xará, Daniel Chaves, desistir da prova. Algum tempo depois, após os 25km, foi a vez de Nascimento desistir. Diante do forte calor que fazia em Sapporo, ele começou a passar mal e foi ao chão. Mesmo assim, voltou para a prova, mas conseguiu correr apenas por alguns momentos de parar de vez.
Com a saída dos dois xarás, o único brasileiro que restou na prova foi Paulo Roberto. Enquanto isso, Kipchoge começava a disparar lá na frente, se consolidando cada vez mais na liderança, sem ser ameaçado pelos adversários. Quando ele bateu os 35km de prova, vinha seguido pelo também queniano Lawrence Cherono e o espanhol Ayad Lamdassem.
A partir deste momento, já havia ficado claro que a vitória de Kipchoge era certa, mas a briga pelo segundo e terceiro lugares do pódio reservou boas surpresas para a reta final. Lawrence Cherono estava prestes a fazer uma dobradinha queniana com o campeão, quando foi ultrapassado por Nageeye e Abdi, que fechara o pódio da maratona na Olimpíada do Japão.