O forte calor de Tóquio gera preocupação para atletas de diversas modalidades dede o início dos Jogos Olímpicos. Na manhã desta segunda (2), o sinal de alerta foi ligado no atletismo, quando a velocista espanhola Jael Bestué se sentiu mal após correr a classificatória dos 200m.
A atleta passava a poucos metros da posição de GZH na zona mista do Estádio Olímpico de Tóquio, quando parou, deitou-se no chão e pediu atendimento médico. A espanhola não chegou a desmaiar, mas teve que deixar o local em uma cadeira de rodas.
— Isso pode acontecer, está muito calor, principalmente na parte da manhã. Nos primeiros dias que chegamos aqui, quando começamos a treinar de manhã, eu ficava arrepiada e precisava me molhar durante o treino para me resfriar. Eu particularmente gosto do calor, mas calor em excesso já preocupa — disse a GZH a atleta brasileira Vitória Rosa, que competiu na mesma prova que Bestué.
A preocupação é maior, porém, para os atletas que correm provas mais longas, como é o caso da brasileira Tatiane da Silva, que correu os 3000m com obstáculos.
— Nunca tinha corrido em um calor tão alto. O calor afeta muito, tanto que as finais são todas marcadas à noite, para termos uma qualidade melhor. Ele afeta mais nas provas acima dos 3000m, onde o pessoal sente muito. Mas não tem o que fazer. As meninas dos EUA estavam aquecendo vestindo um colete de gelo. A gente tenta aliviar de qualquer jeito — conta.
A prova de 3000m com obstáculos possui um fosso com água, que, em tese, existe para criar uma dificuldade aos competidores. Com o calor, no entanto, vira um aliado.
— Quando passava pelo fosso, eu aproveitava para me refrescar um pouquinho — completa.
O calor de 30º (com sensação térmica muito superior, devido à umidade) deve ser um problema ainda pelos próximos três dias, quando estão previstas mais provas classificatórias de atletismo. Já a maratona e as provas de marcha atlética serão disputadas em Sapporo, onde as temperaturas são mais amenas.