Depois de lutar contra a covid-19 e ficar 36 dias internado em um hospital do Rio de Janeiro, onde foi entubado em dois momentos e ainda passou por uma cirurgia vascular, o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei Renan Dal Zotto viajou no começo da madrugada desta segunda-feira (12) para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Renan viajou acompanhado do médico Felipe Malzac e os dois ficarão um dia em Frankfurt, na Alemanha, onde encontram os atletas para chegarem juntos ao Japão. A recuperação a tempo de participar de mais uma Olimpíada é considerada uma grande conquista para o ex-jogador medalha de prata nos Jogos de Los Angeles-1984.
—A sensação é a melhor possível. Eu estava em uma expectativa muito grande, mas deu tudo certo. Já consegui recuperar quase que a minha plenitude física e estou muito empolgado. Os Jogos Olímpicos são uma competição extremamente importante para o nosso esporte temos que ir com força total —disse o treinador no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde o Comitê Olímpico do Brasil (COB) montou uma base para o último exame pré-embarque.
— Tive que passar por uma experiencia que não lembrava mais como era. Treinar duas vezes por dia pra chegar nesse momento em condições. Foi muito duro, intenso, mas valeu a pena. Eu me sinto apto para estar à beira da quadra comandando essa garotada sensacional e podendo ter tempo pra estudar, trabalhar e treinar —afirmou Renan, que também foi vice-campeão mundial em 1982 e ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1983, como jogador.
Na fase final de exercícios e fisioterapia, Renan viu a seleção brasileira conquistar o inédito título da Liga das Nações, que foi disputada na cidade italiana de Rimini. Na final, o Brasil venceu a Polônia, atual bicampeã mundial. Logo após o título, o treinador voltou a trabalhar com seus comandados.
"Os Jogos Olímpicos são sempre especiais, sem dúvida nenhuma a principal competição do calendário esportivo"
RENAN DAL ZOTTO
Técnico da seleção brasileira masculina de vôlei
— Trabalhei com eles nas últimas duas semanas e foi muito bacana e proveitoso, logo após o título de uma competição muito importante. O mais bacana é que vi o brilho nos olhos de todos eles de continuar crescendo, continuar amadurecendo pra gente chegar na melhor condição possível em Tóquio — projeta Renan, que no comando da seleção venceu a Copa do Mundo de 2019, a Copa dos Grandes Campeões de 2017 e ficou com o vice no Mundial de e da Liga Mundial, ambos em 2017.
De olho no quarto título olímpico do vôlei masculino brasileiro, o gaúcho que completará 61 anos no dia 19, acredita que o Brasil chegará ao Japão em suas melhores condições.
—Os Jogos Olímpicos são sempre especiais, sem dúvida nenhuma a principal competição do calendário esportivo. Dessa vez os Jogos acontecem após uma preparação de cinco anos. O Brasil é sempre percebido como uma das principais forças do vôlei mundial. A galera tá bem, conseguimos treinar bem. Tenho certeza de que o nosso melhor a gente consegue fazer. Estamos prontos para conseguir dar o nosso melhor.
Em Tóquio, a seleção brasileira ficou no Grupo B e terá como rivais Estados Unidos, Rússia, Argentina, França e Tunísia. A estreia acontecerá no dia 24 de julho, às 23h05 (de Brasília) diante dos tunisianos.