Mayra Aguiar fez história em Tóquio. Ao bater a sul-coreana na decisão do bronze, a judoca da Sogipa chegou a sua terceira medalha olímpica e se tornou a primeira mulher a fazer isso na história brasileira em um esporte individual. Antes, havia conquistado a mesma medalha nas Olimpíadas de Londres, em 2012, e no Rio de Janeiro, em 2016.
Para conseguir subir ao pódio, Mayra passou dificuldades no último ano do ciclo olímpico. Em setembro do ano passado, ela passou por uma cirurgia no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo depois de rompê-lo em um treinamento. De lá para cá, disputou apenas uma competição antes dos Jogos (o Mundial de Budapeste, no começo de junho). Mais uma vez, superou as dificuldades e premiou a resiliência com uma medalha.
— É a conquista mais importante, mais saborosa da minha vida, por tudo que eu passei nos últimos tempos. Por toda aquela tensão, por acreditar e continuar lutando e batalhando. Hoje, poder concretizar isso, por vencer a batalha das dores, da luta psicológica. Eu estou muito feliz com esse momento — disse a GZH, logo depois que deixou o tatame da Arena Budokan.
Aos 29 anos e com a sua terceira medalha olímpica, no entanto, Mayra não pensa em se aposentar e mira nas Olimpíadas de Paris, em 2024, daqui a três anos. Ela ainda sonha com com a possibilidade de se tornar campeã da competição.
— Eu quero mais. Ainda estou me sentindo muito bem, tenho muito a melhorar. São três anos, é muito rápido. Competi pouco desde que me recuperei da lesão. Fiz o Mundial e as Olimpíadas apenas. Estou com muita gana, vou voltar a mil, quero mais. Agora, é dar uma descansada, e depois continuar treinando e lutando — afirmou a judoca, que reconheceu que chegou ao Japão ainda fora da sua condição ideal:
— Eu sei que eu não estou no meu 100%. Consegui ajeitar algumas coisas do Mundial para cá. Consegui fazer uma preparação com todo suporte. Saio muito feliz, mas sabendo o que eu preciso melhorar mais. Todas essas batalhas me deixaram assim. As mais dolorosas foram as que me fizeram conquistar três medalhas olímpicas.
Com o bronze de Mayra, o Brasil chegou a sua sexta medalha nas Olimpíadas. Antes, havia conquistado com Kelvin Hoefler, prata no skate street; com Daniel Cargnin, bronze no judô; Rayssa Leal, prata no skate street; Ítalo Ferreira, ouro no surfe; e Fernando Scheffer, bronze na natação.