Em entrevista à Rádio Gaúcha, a mãe do mais novo medalhista olímpico, Daniel Cargnin, revelou que não assistiu às lutas do filho na madrugada deste domingo (25). Ana Rita Siqueira Borges é nutricionista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e estava de plantão enquanto o filho, de 23 anos, subia no tatame — ele conquistou a medalha de bronze. E a mãe contou que a decisão de focar no trabalho e não ver a exibição em tempo real é uma opção dela há muito tempo.
— Sempre achei que olhando eu ficava muito nervosa e deixava ele nervoso. Então, comecei um ritual de orar, fechar os olhos, mandar pensamentos positivos, de mandar uma vibração mais positiva, e acho que começou a dar mais certo. Trabalhei nessa noite porque se eu ficasse em casa ia enlouquecer. Daí alguém chegava alguém e dizia "ganhou a primeira", ou "ganhou a segunda". E eu ia lá na capela do hospital, rezava, voltava. E foi assim —diz Ana Rita.
Para se manter centrada durante a madrugada, ela desligou o celular e abriu mão de ler as centenas de mensagens nas redes sociais. Logo mais, promete assistir a tudo com "calma e tranquilidade". Ela diz que já saber o desfecho é a "melhor parte":
— Pelo menos metade dos atletas com que ele lutou hoje foi a primeira vez, isso era uma coisa que preocupava, não conhecer. Numa Olimpíada, é uma situação bem perigosa. Mas, graças a Deus deu tudo certo.
A nutricionista também confirmou que o filho sempre se destacou no futebol, mas se apaixonou pelo judô e decidiu se dedicar ao esporte. Daniel começou a lutar aos seis anos.
— Teve um época em que ele jogava futebol numa escolinha e fazia judô. E ele era muito bom, o professor disse para eu não deixar ele desistir. Só que ele começou a gostar mais do judô, e as competições aconteciam no fim de semana, as do futebol também. O judô prevaleceu na vida dele — lembra Ana Rita.
Questionada sobre a expectativa para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, Ana Rita diz que acredita no potencial do filho, já que Daniel ainda é jovem e tem muito para evoluir. Mas, agora, é hora de curtir a família e ter um período de férias, ela defende:
— Acho que agora quer tirar uns dias de descanso (risos).