Fenômeno das Olimpíadas do Rio em 2016, o baiano Isaquias Queiroz é o favorito para ganhar, pelo menos, uma medalha de ouro na canoagem de velocidade, em Tóquio. O chefe da equipe brasileira da modalidade, o gaúcho Alvaro Koslowski, 50 anos, disse estar otimista com os resultados nos Jogos de 2020 e afirmou que a delegação apostou no isolamento total e na logística minuciosa para aumentar as chances de pódio para o Brasil.
Em vez de hospedar os atletas na badalada Vila Olímpica e dividir as raias de treinamento com outras equipes, a canoagem brasileira decidiu se isolar nas imediações do lago Miyagase, na pequena cidade de Kanagawa, a 65 quilômetros de Tóquio.
— Nós estamos bem isolados, em um lago que fica retirado da cidade. Não saímos daqui para nada. Nós buscamos isso para ter essa tranquilidade na preparação final. Temos um lago exclusivo para nós, o que é importante, pois, às vezes, algumas equipes treinam no mesmo local, o que gera muita onda, movimenta muito a água e acaba interferindo de forma negativa na preparação final. Nós podemos, por exemplo, programar os treinos para os horários que não tiverem vento — explica Koslowski a GZH.
Na canoagem de velocidade, que é disputada em águas calmas e planas, o Brasil compete em categorias individuais, com Isaquias Queiroz, Jack Godmann e Vagner Souta, e, nas duplas, com Isaquias e Jack Godmann. As maiores chances estão nas provas em que o representante brasileiro será Isaquias, que na terça-feira (20) revelou ter o sonho de se tornar o maior medalhista olímpico da história do país.
— Minha meta sempre foi esta (ser o maior atleta brasileiro olímpico da história). Meus treinos sempre foram muito duros de 2016 para cá. Eu não iria querer ficar na água me torturando ali se eu não tivesse algum objetivo — disse o atleta, em coletiva.
Como chefe da equipe, Alvaro também compartilha o otimismo de Isaquias.
— Viemos de resultados relevantes em competições internacionais e que nos colocam com possibilidade de voltar a ter medalhas em 2020. Estamos otimistas. Acho que poderemos ter bons resultados aqui em Tóquio — completa Alvaro, que é gaúcho de Santa Tereza, na Serra gaúcha e, como atleta, disputou os Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona.