O Brasil confirmou o favoritismo e conquistou o título do Campeonato Pan-Americano de Judô, em Guadalajara, no México. A competição foi encerrada na noite de sexta-feira (16) e a equipe brasileira obteve um total de 14 medalhas.
No primeiro dia, a seleção já havia levado sete pódios, com destaque para as três medalhas de ouro de Larissa Pimenta, Willian Lima e Ketleyn Quadros. Na sexta, mais quatro judocas do país subiram no lugar mais alto do pódio e o time brasileiro encerrou a disputa com sete ouros, quatro pratas e três bronzes.
A competição continental reuniu cerca de 100 atletas de 20 países e distribuiu 700 pontos (campeão) no ranking de classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Foi uma grande chance para os judocas brasileiros que ainda buscam entrar na zona de ranqueamento olímpico e para as duplas que disputam internamente a vaga do Brasil nos Jogos, uma vez que só pode ir um atleta por país por categoria.
Nesta sexta, os pesados Rafael Silva (+100 kg) e Beatriz Souza (+ 78 kg) foram campeões de suas categorias e devem somar alguns pontos importantes na corrida olímpica. A dupla do Pinheiros-SP disputa ponto a ponto com David Moura (Instituto Reação-RJ) e Maria Suelen Altheman, respectivamente, a vaga em Tóquio. Moura ficou com a prata e Suelen não esteve em Guadalajara dessa vez, pois já tinha sido campeã em 2020 e não poderia melhorar seu resultado. Dos dois Pan, apenas o melhor resultado será computado no ranking elaborado pela Federação Internacional de Judô (IJF).
Os outros dois ouros brasileiros vieram com judocas mais jovens, que não estão ainda diretamente na briga pela vaga em Tóquio, mas que aproveitaram bem a oportunidade de lutar um Pan-Americano pela primeira vez. O meio-médio (até 81 kg) Guilherme Schimidt, do Minas Tênis Clube, venceu o experiente Emmanuel Lucenti, da Argentina, por estrangulamento, na final, para subir ao lugar mais alto do pódio continental pela primeira vez, assim como a peso médio (até 70 kg) Ellen Santana, do Pinheiros, que superou a equatoriana Celina Corozo, para ficar com o título.
— Fiquei muito feliz com a convocação. Estava treinando forte no meu clube, cuidando do meu peso e sempre pronto para quando a oportunidade aparecesse. A oportunidade chegou e eu consegui fazer esse ouro aqui no México. Estou muito feliz. Consegui desenvolver tudo que venho treinando, me senti bem e estou sempre pronto para as próximas competições em busca dos meus objetivos — avaliou Schimidt, 20 anos, que também faz parte da seleção sub-21, onde foi bronze no Mundial Júnior.
Também estreante em continentais adultos, Ellen Santana, que vinha de um quinto lugar no Grand Slam de Tashkent, vê o ouro no Pan como um fator motivacional para as próximas etapas.
— Com esse start de primeira medalha eu sinto que ainda tem muito por vir, muito para construir e isso me puxa para frente, me motiva muito. As próximas etapas são mais desafios e carrego esse resultado como bagagem para encará-los da melhor forma, buscando o melhor desempenho possível — projetou a judoca de 22 anos.
Além deles, a dupla da Sogipa, formada pelo médio (até 90 kg) Rafael Macedo e o meio-pesado (até 100 kg) Leonardo Gonçalves também subiu ao pódio nesta sexta. Macedo ficou com a prata, caindo na final diante do dominicano Robert Florentino. Leonardo ficou com o bronze depois de cair para o norte-americano Nathaniel Keeve, nas quartas-de-final. A disputa pela medalha seria como também brasileiro Rafael Buzacarini, que não se apresentou para o combate. O judoca do Clube Paineiras do Morumby (SP) recupera-se de uma fratura no dedo do pé e, como já tinha a prata do Pan de 2020, não poderia melhorar sua pontuação mesmo se conquistasse o bronze.
Parte da equipe seguirá em Guadalajara neste final de semana para a disputa do Open Pan-Americano, competição com pontuação menor, mas que vale para o ranking olímpico. Nessa disputa, participarão Gabriela Chibana e Nathália Brígida (até 48 kg), Jéssica Pereira e Ketelyn Nascimento (até 57 kg), Ellen Santana (até 70 kg), Renan Torres (até 60 kg), Willian Lima (até 66 kg) e Guilherme Schmidt.
As próximas etapas do Circuito Mundial antes dos Jogos Olímpicos são o Grand Slam de Kazan, na Rússia, em maio, e o Campeonato Mundial de Budapeste, em junho, fechando o ranqueamento olímpico. A lista deve ser atualizada na próxima segunda-feira, com os resultados dos campeonatos continentais Pan-Americano, Asiático, Africano e Europeu, que está em andamento neste final de semana, em Lisboa.