Reis das areias de Copacabana, campeões de tudo e orgulho dos brasileiros. Alison e Bruno Schmidt buscarão fazer o que nenhuma dupla masculina conseguiu desde a entrada do vôlei de praia no programa dos Jogos Olímpicos, em Atlanta (EUA), em 1996: ganhar dois ouros no megaevento.
Para o técnico Leandro Brachola, de 48 anos, o feito é possível. Só depende da determinação do capixaba, de 30 anos, e do brasiliense, de 29. Embora os atletas tenham evitado falar do futuro após o título sobre os italianos Nicolai e Lupo, o comandante afirmou que o objetivo é repetir a conquista em Tóquio 2020.
Leia mais:
Isaquias Queiroz e Erlon de Souza conquistam a prata na C-2 1.000m
Maicon Siqueira vence americano e vai às quartas no taekwondo
Olimpíada e futebol na TV: confira a programação deste sábado
– É uma dupla com potencial para mais um ciclo olímpico. Estão em idade boa, pois o vôlei de praia depende de maturidade. Vimos Ricardo/Emanuel jogar até 40 e poucos anos. É um esporte que não sacrifica articulação, só a musculatura. Eles conseguem permanecer mais tempo – avaliou o treinador.
A dupla igualou o feito de Ricardo e Emanuel, que, há 12 anos, levaram o país ao lugar mais alto do pódio em Atenas, na Grécia. Os astros mantiveram a parceria em Pequim 2008, quando faturaram o bronze, antes de se separarem no ciclo encerrado em Londres 2012. Com 41 e 43 anos, respectivamente, se reuniram novamente de olho no Rio 2016, mas não se classificaram.
Para evitar uma expectativa seguida de frustração, a equipe técnica de Alison/Bruno seguirá com a mesma carga de treinos, mas reconhece que o trabalho mudará aos poucos. É o que explica o “descobridor” do Mamute. Aos 17 anos, o atleta foi convencido por Brachola a trocar as quadras pelas areias.
– À medida que a idade avança, começamos a nos preocupar com isso. Evitaremos desgastes excessivos e faremos um trabalho direcionado. Mas é um planejamento de mais para frente – disse Brachola.
Se sobram referências em longevidade, as mesmas mostram que a missão não é fácil. A tricampeã olímpica Kerri Walsh (EUA) não conseguiu o quarto ouro no Rio, mas foi bronze aos 38 anos com April Ross. Já Phil Dalhausser, de 36, caiu na semi contra Alison/Bruno, oito anos após vencer em Pequim.