O castigado corpo de Isaquias Queiroz, responsável por três medalhas nos Jogos Olímpicos, finalmente ganhará um descanso.
– Eu quero férias até janeiro! Depois que eu ganhei a segunda medalha, falei com o técnico e ele disse que, com duas, já tinha férias até novembro. Ganhei mais uma, então que vá até janeiro! – exclamou o animado herói ao sair do terceiro pódio olímpico com a prata da canoa em dupla de 1000m.
O baiano remou todos os dias de segunda a sábado na Lagoa Rodrigo de Freitas. Transformou-a em um dos cenários mais marcantes da Olimpíada para os brasileiros. Ao fim de sua participação, cativou o público mais uma vez com o lado solidário, que queria compartilhar a alegria com o parceiro Erlon de Souza.
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– Eu queria ganhar essa medalha junto com o Erlon. Ele me ajudou demais, merece muito – elogiou.
Requisitadíssimos por imprensa e torcida, os dois esbanjavam sorrisos ao passar pela área de entrevistas. Nenhum traço de decepção pela perda do ouro, que escapou por 907 milésimos. A dupla comemorou já na água, se abraçou na canoa e juntou mãos para formar um coração direcionado para a torcida.
A atenção demorada aos repórteres e fãs fez com que o gerente executivo do COB, Marcus Vinicius Freire, os direcionasse para fora do local para cumprir os protocolos pós-competição. Ainda havia a entrevista coletiva e o controle de doping, o tempo urgia, mas Isaquias e Erlon seguiam saboreando a prata.
Parceiro da nova estrela do esporte brasileiro, Erlon nem se importava com o papel de coadjuvante. Falava, com sorriso de orelha a orelha, na perspectiva de rever a família e exaltava a recompensa de uma rotina sacrificada.
– Isso aqui (aponta para a medalha) é resultado de dormir e acordar pensando no treinamento por quatro anos – lembrou.
Se depender de Isaquias, ele e o parceiro passarão vários meses sem pensar na canoa que os consagrou. Talvez ela só venha na lembrança para recuperar o sentimento dos dias de glória e estrelato na Lagoa Rodrigo de Freitas.
*ZHESPORTES