Se Rogério Micale treinasse um dos times que disputam o Brasileirão, ele certamente comandaria um time da zona de baixo da tabela, daqueles que vivem sob intensa pressão rodada a rodada. O técnico da seleção olímpica masculina de futebol transpareceu algum nervosismo e ansiedade para a partida deste domingo, contra o Iraque, às 22h, no Mané Garrincha, em Brasília. Logo ele, que deveria tranquilizar os jogadores.
Micale, 47 anos, e com um currículo mínimo em times profissionais, foi repetitivo e óbvio em sua entrevista de véspera de jogo – decisivo, pelo Grupo A dos Jogos do Rio.
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Depois de lamentar que o Brasil empatou com a África do Sul porque “a bola não entrou”, apesar do domínio ofensivo “quase sem correr riscos na defesa”, Micale disse que os jogadores precisam voltar ao Mané Garrincha (que deverá receber mais de 65 mil torcedores) e ignorar as vaias e apupos, se eles ocorrerem outra vez.
– Os adversários sabem que vivemos um momento de pressão. Se eu estivesse do outro lado, tentaria usar esse momento para desestabilizar o adversário. Se vier a vaia, temos que pensar que estamos jogando como se joga em um campo em que muitas vezes se lida com a torcida adversária – disse Micale.
E o treinador da seleção completou, em uma prévia do que dirá aos jogadores para enfrentar o Iraque:
– Precisamos nos fortalecer e não se nos deixar levar por esse sentimento. Mas não podemos fazer nada quanto a isso. Podemos, sim, jogar bem, nos doar ao máximo e ser maduros para saber que jogaremos uma partida de 90 minutos.
Micale ainda tentou tirar a pressão sobre o elenco da seleção olímpica, quando questionado sobre o "fantasma" do revés da Copa de 2014.
– Fantasma, não. Porque é outro grupo, outro momento. Existe uma pressão grande em cima da medalha, não por 2014, mas por ser uma medalha que ainda não temos. É um sonho, temos que saber viver e ter a tranquilidade para não deixar a ansiedade nos prejudicar – respondeu.
Ainda que Rogério Micale faça algum mistério a respeito da escalação da equipe para este domingo, a tendência é de manutenção do time que empatou com a África do Sul para enfrentar o Iraque, com Weverton; Zeca, Rodrigo Caio, Marquinhos e Douglas Santos; Renato Augusto, Thiago Maia e Felipe Anderson; Gabriel Barbosa, Gabriel Jesus e Neymar.
*ZHESPORTES