Acreditar, treinar e sempre evoluir. Esses foram três dos argumentos mais utilizados para que Alexandro Pozzer, 27 anos, explicasse como construiu sua carreira no handebol. O garoto humilde e apaixonado por esporte encontrou na modalidade o caminho profissional e uma paixão que supera os limites das quadras.
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No próximo domingo, ele dá a largada para o sonho de qualquer atleta, participar de uma Olimpíada. Algo inimaginável para o jovem garoto que iniciou aos 11 anos no ginásio do Recreio da Juventude e queria apenas brincar e aproveitar os treinamentos ao lado do irmão Diego. Na Arena do Futuro – e não poderia haver nome mais propício –, Alex passa a construir uma nova história, contada do jeito dele, um tanto introvertido, mas infinitamente orgulhoso do caminho traçado até aqui.
Tchê, como ficou conhecido durante a carreira, faz questão de enfatizar que foi o handebol que o conquistou. Na Escola Alfredo Belizario Peteffi gostava de competir. Lembra do apoio da professora Vilce, dos Jogos Escolares, e de que não tinha qualquer predileção. Jogava futsal, futebol, basquete, vôlei e, até, handebol.Seguia o irmão, um ano e nove meses mais velho. Foi ele quem ingressou primeiro no Recreio da Juventude. Alex estava no vôlei da UCS.
– Depois de alguns meses ele me convenceu a mudar, acabei vindo para o handebol e não parei mais. Gostava de poder competir, de viajar, conhecer outros lugares, fazer amigos. Afinal, não pensava em jogar uma Olimpíada ou ser profissional. Mas o esporte foi algo que ajudou muito, até na escola – destaca Alex.
A dupla tinha o apoio fundamental dos pais, Adelar Pozzer e Mary de Lima, que viam no esporte um caminho positivo para os garotos se afastarem das drogas e traçarem um destino interessante, como atletas ou não. Outra peça fundamental na engrenagem foi o técnico Eduardo Fonseca, que notou que Alex tinha potencial. E, neste momento especial, ele não esquece do apoio.
– O Fonseca ajudou muito, desde quando a gente começou. Não tínhamos condições de vir ao clube, de treinar, pagar a mensalidade ou mesmo ter um tênis melhor. Ele ajudou de todas as formas – relembra o jogador.
Para o garoto, que começou a treinar na categoria infantil, era preciso melhorar a cada dia. E ele não saía de dentro da quadra. Queria aproveitar cada momento para evoluir no seu jogo, mesmo contra atletas, na época, bem mais experientes.
– Lembro que, desde quando cheguei ao RJ, sempre fui muito bem recebido. Todos os dias que vinha treinar passava o dia inteiro aqui (no clube). Começava com a minha categoria, depois ficava treinando com a de cima, a outra e acabava com o adulto. Desde o começo, sempre queria treinar mais – destaca Tchê.
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