Chegou a hora de fazer as malas e partir para o Rio de Janeiro. Os judocas Mayra Aguiar, Felipe Kitadai e Maria Portela, da Sogipa, estão na última semana de treinos em Porto Alegre. A partir de domingo, começa o período de aclimatação da equipe brasileira em Mangaratiba, no estado carioca.
Nesta terça-feira, os atletas receberam a imprensa para falar sobre a expectativa para o torneio. Uma das principais esperanças de medalha do país no esporte, Mayra Aguiar, 24 anos, vai para sua terceira participação em Jogos. Na estreia, em Pequim-2008, com apenas 17 anos, acabou perdendo a primeira luta. Em 2012, porém, mostrou grande evolução: levou a de bronze. Agora, almeja mais. A palavra favoritismo, no entanto, não passa pelo vocabulário da judoca:
– Olimpíada é difícil ter favoritismo. Se a gente for ver em todas as edições que rolaram, ou pelo menos as que eu participei, favoritismo nunca se concretizou. Procuro nem pensar nisso, tem adversárias fortíssimas na categoria. Então eu penso desde a primeira luta como se fosse uma final, e assim vai ser minha cabeça e meu caminho. Tem de estar preparada para o que vier. Tem que ter cabeça boa. Favoritismo eu acabo tentando tirar da cabeça – afirmou.
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Felipe Kitadai, por sua vez, viveu momentos de dúvida sobre sua participação na Olimpíada do Rio até sair a convocação da Confederação Brasileira de Judô. A entidade descartou o ranking, uma vez que Eric Takabatake somava 1.252 pontos, à frente de Kitadai, com 1.231. O fato do judoca da Sogipa ser medalhista olímpico (bronze em Londres) teria pesado na escolha.
– Eu estava bem tranquilo, respaldado por grandes resultados. Numa análise fria de ranking, eu tinha menos competições. Mas era uma diferença tão pouca que acabava sendo praticamente nada – minimizou o atleta de 26 anos.
Outra judoca que está otimista em melhorar o histórico nos Jogos Olímpicos é Maria Portela, de 28 anos. A atleta perdeu na estreia em Londres e saiu inconsolável do tatame. O episódio, porém, ficou para trás. A gaúcha de Júlio Castilhos avalia que está mais madura. Sabe, agora, o peso que a competição tem e tratou de trabalhar o lado psicológico. E mais: garante que não falta estudo sobre as adversárias.
– Não quero sair do Rio com a sensação com a qual saí em Londres, de que eu poderia ter dado muito mais. Quando eu voltei, eu fiquei: "Caramba, quero voltar e fazer de novo". Porque eu não tinha feito nem um terço do que eu estava preparada e tinha treinado para fazer. Então quero ter a sensação de que dei o meu melhor, de que dei tudo que eu podia. Isso não tem preço, e o resultado é uma consequência disso – afirmou, otimista.
O primeiro a lutar é Kitadai, em 6 de agosto. Maria Portela entra no tatame no dia 10. Mayra é a última da equipe a estrear, em 11 de agosto.
*ZHESPORTES