Uma cidade já habituada a receber mais de 200 mil estrangeiros por mês se diz preparada para abrigar as legiões de visitantes que tomarão ruas, hotéis, restaurantes e principais atrações turísticas do Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos de 2016. A 101 dias da cerimônia de abertura do maior evento esportivo do planeta, a cidade já superou com folga o compromisso firmado com o Comitê Olímpico Internacional (COI) de ofertar 40 mil quartos ao público, incluindo espectadores, atletas e membros das delegações esportivas.
Em março, a cidade-sede dos Jogos atingiu a cifra de 48,1 mil unidades de hotelaria, conforme relatório da Rio Negócios, agência criada pela prefeitura para estimular projetos na área de hospitalidade. Desse total, 32,8 mil são quartos de hotéis convencionais. As demais 15,3 mil unidades estão distribuídas em variadas apções de acomodação, como pousadas, albergues, apart-hotéis e motéis. A meta é fechar o ano com 52,3 mil unidades de hotelaria.
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De junho de 2015 até dezembro de 2016, 30 hotéis foram inaugurados na cidade. Entre os empreendimentos que abrirão as portas até os Jogos, há bandeira que ainda não operava no Brasil, como a americana Trump, do multimilionário Donald Trump, candidato republicano à presidência dos EUA. A rede inaugurará neste ano um hotel com 171 quartos na Barra da Tijuca, o coração da Olimpíada carioca.
Apesar da ameaça da dengue, do zika, da chikungunya e recentemente da gripe H1N1, são esperados 800 mil turistas no Rio em agosto.
– Estamos prontos. Desde o anúncio da conquista dos Jogos Olímpicos, em 2009, até agora, a hotelaria carioca dobrou sua capacidade. Mais do que uma hotelaria maior, contamos hoje com um parque hoteleiro moderno, diversificado e com maior e melhor distribuição geográfica. Os hotéis existentes se modernizaram e passaram a oferecer um serviço melhor – afirma Philipe Campello, subsecretário de Turismo do Rio.
Diária em albergue de favela custará até R$ 1,2 mil na Olimpíada
De acordo com Campello, uma alternativa de hospedaria consagrada por mochileiros viu triplicada sua oferta na cidade desde 2009. Hoje, há 217 albergues disponíveis, com 10 mil leitos no total. Deste total, 28 vagas podem ser encontradas em um dos endereços mais improváveis do Rio até poucos anos atrás. No topo do Vidigal, uma favela pacificada encravada entre Leblon e São Conrado, o Mirante do Arvrão oferece paisagens de tirar o fôlego até mesmo de cariocas acostumados com a beleza natural da cidade.
Com jeito de hotel-boutique, o albergue inaugurado há três anos agrada a casais – há suítes para duas pessoas por valores que vão de R$ 400 a R$ 500 – e turistas que priorizam o orçamento enxuto na hora de confirmar a reserva: uma cama em quarto com seis beliches sai por R$ 60. Mas atenção: os preços vão inflar, e muito, durante os Jogos. Conforme Mirela Nadalin, gerente do albergue, a diária de um apartamento com vista para o mar chegará a R$ 1,2 mil em agosto.
O segmento de aluguel de imóveis e quartos por temporada também espera turbinar o faturamento na Olimpíada. Conforme a rede internacional Airbnb, 25 mil hóspedes de 94 países já confirmaram reservas em 54 bairros do Rio para os Jogos. A média é de 7,6 noites e três pessoas por reserva. Conforme a empresa, houve uma mudança no perfil dos hóspedes em relação à Copa do Mundo. Em 2014, grupos de amigos respondiam pela maior parte das hospedagens. Para a Olimpíada, haverá mais concentração de famílias nos imóveis alugados pelo sistema do Airbnb.
*ZHESPORTES