O abalo no mundo do futebol ocorrido na semana passada, depois da prisão de sete dirigentes e o indiciamento de 14 membros da Fifa, já foi sentido também no universo olímpico. A corrupção, alvo da investigação do FBI e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos no caso da Fifa, é também inimiga da boa gestão no Comitê Olímpico Internacional há um bom tempo. Na abertura do Congresso da entidade do futebol, em Zurique, o presidente do COI, Thomas Bach, lembrou casos de corrupção no comitê que chefia ao comentar o escândalo vivido atualmente no futebol.
- No COI, sabemos de experiências de 15 anos atrás, que essa luta (contra corrupção) é desafiadora e pode ser dolorosa. Mas não há outra forma de garantir credibilidade. Vemos isso nos negócios, políticas e na sociedade. Estou confiante que, seguindo um caminho de transparência, vocês guardiões do futebol vão passar por esses desafios - disse Bach.
Envolvido em escândalos de corrupção em episódios como a escolha de Salt Lake City para sediar os Jogos de Inverno de 2002, de Sidney para a Olimpíada de 2000 e a renúncia do brasileiro João Havelange, membro do Comitê, após denúncias sobre seu envolvimento com a ISL (empresa que vendia direitos de TV à Fifa), em 2011 , o COI buscou fazer reformas para garantir maior transparência nos processos da entidade e aprovou a Agenda 2020, no ano passado. A medida, que conta com 40 itens, tem como prioridade "a tolerância zero contra a corrupção", segundo Bach. Entre os pontos que podem ajudar neste combate estão a regulação da relação com parceiros e patrocinadores e a reformulação das comissões do COI, com participação mais igualitária de todos os continentes.
Que sirva de exemplo à Fifa.
EM ALTA: Larissa e Talita
A dupla brasileira está com tudo na corrida para o Rio 2016. No último final de semana, elas foram campeãs do primeiro Grand Slam do Circuito Mundial 2015, na Rússia, superando as holandesas Madelein Meppelink e Marleen Van Iersel por 2 sets a 0 (21/17, 21/14). Com o título em Moscou, além da premiação de 57 mil dólares, a dupla soma 800 pontos na classificação do Circuito Mundial e lidera a corrida olímpica entre os times brasileiros que disputam a vagas às Olimpíadas do Rio 2016.
Débora Pradella: Jogos Olímpicos em solo gaúcho?
Gaúchos na lista do Parapan
O Comitê Paralímpico Brasileiro divulgou a lista de delegação que representará o país nos Jogos Parapan-americanos, em Toronto, de 2 a 18 de agosto deste ano. Três gaúchos estão nela:
Alexsander Celente (goalball): Deficiente visual desde os 5, aos 15 anos já disputava competições. Alexsander ajudou o Brasil a vencer o ouro no Parapan de Guadalajara-2011 e conquistou a medalha de prata nos Jogos de Londres-2012.
Luiza Oliano (judô): Perdeu a visão ainda na infância devido a um problema na retina. Quinta colocada no Mundial de Judô para cegos no ano passado, Luiza também foi bronze no Grand Prix disputado em novembro.
Ricardinho (futebol de 5): Um deslocamento na retina aos 6 anos de idade comprometeu a visão do atleta. Entre os principais títulos, Ricardinho é bicampeão do Parapan (2007 e 2011), campeão mundial em 2010 e eleito melhor jogador do mundo na modalidade em 2006.
AS PRIMEIRAS CADEIRAS
Foto: Divulgação, Prefeitura Rio
Os primeiros assentos em uma das novas arenas do Parque Olímpico da Barra, coração dos Jogos do Rio, foram instalados no ginásio que vai receber as disputas de esgrima, taekwondo e, posteriormente, judô paraolímpico em 2016. Até o fim de junho, a Arena Carioca 3, que tem capacidade para 10 mil espectadores, receberá todas as cadeiras, nas cores azul e verde. A construção das três Arenas Cariocas é responsabilidade da Prefeitura do Rio. Depois dos Jogos, estas arenas devem abrigar um centro de treinamento para 12 modalidades olímpicas.
*ZHESPORTES