Nascido em Brasília, Felipe Gustavo está consolidado entre os principais skatistas do circuito. Aos 33 anos, o atleta acumula algumas conquistas internacionais, como a medalha de bronze nos X Games de 2018, ano em que também terminou em terceiro lugar no Campeonato Mundial. Na temporada passada, ele venceu uma etapa da Street League Skateboarding (SLS) em Sydney, na Austrália.
Em Paris, Felipe vai para sua segunda Olimpíada. Três anos atrás, em Tóquio, ele foi 12º colocado e agora espera se divertir na Place de la Concorde.
Felipe como foi a ida à pista olímpica e que impressões você teve?
Tivemos a oportunidade de ver a pista pela primeira vez. Geralmente umas duas semanas antes de cada evento recebemos a foto com as dimensões e tudo mais.
As dimensões da pista são muito boas e ela está muito legal. Assim, a referência que temos nas Olimpíadas de Tóquio e a comparação, pelo menos pra mim, é que está muito melhor. Os obstáculos estão bem menores e isso ajuda a ter um leque maior de manobras.
Oque você projeta da competição?
Acho que vai ser uma Olimpíada bem divertida, não só pra mim, mas pra todos os atletas. Consigo ver várias manobras extraordinárias acontecendo para todo mundo. E é isso, está muito boa a pista.
O que você viu na pista que acredita ser favorável no dia da prova?
Dependendo das dimensões dos obstáculos, a gente vai mudando as manobras. Eu treinei algumas que eu vi ali hoje (segunda-feira) e falei: "Nossa, faz sentido, vou conseguir dar essas manobras". E depende muito como a gente vê no papel, caminhar na pista e andar. São três passos diferentes.
No papel, você tem uma dimensão grande, e quando você chega ali você tem questão de velocidade, de tudo isso. Acredito que durante essa semana vão ser bons treinos para nós.
Vocês em 2021 não tinham torcida. O que isso mudará agora com arena cheia?
A Olimpíada de Tóquio, pra mim, foi uma motivação. Nunca tinha estado em uma e não tinha referência. Quando eu saí de lá, falei: "Preciso muito de uma Olimpíada de verdade". Então, isso tem sido um sonho já nesses dias, podendo interagir com a galera sem restrições de abraço e nada.
Na Olimpíada passada, eu não consegui ver quase nenhum dos atletas que estavam comigo competindo, só na hora da competição. Acho que a motivação dos nossos fãs, vibrando ali na pista, vai ser muito boa para nós. Vai ajudar bastante. Vamos tratar como se fosse mais um evento e vamos pra cima.
Qual a diferença do Felipe da primeira para o Felipe da segunda Olimpíada?
O Felipe da primeira Olimpíada foi um Felipe que chegou até lá e realizou um sonho. O Felipe da segunda Olimpíada está mais preparado, acho que fisicamente e mentalmente. Durante esses três anos, trabalhei muito. Meu mental está bom. Com certeza, muito treino e muita dedicação, muito foco, muitos sacrifícios e agora é isso, tacada final.
Como é que você considera o seu momento? Como é que você chega aqui?
São várias estratégias, como eu disse. Só vamos saber mesmo depois de um, dois, três treinos. Mas é lógico que o foco é a medalha. É um sonho de criança. Não de criança porque o skate nunca esteve nas Olimpíadas. Então, isso virou um sonho para mim desde quando fiquei sabendo que o skate estaria nos Jogos. São várias estratégias e vamos seguir o plano. Acho que estou muito preparado para isso. Vamos pra cima, fé em Deus e no skate.