Uma das mais experientes da delegação do skate brasileiro — mesmo com apenas 25 anos —, Pâmela Rosa está bastante otimista com sua participação nos Jogos Olímpicos de 2024. Depois de competir lesionada em Tóquio 2020, a paulista chegou a Paris sem nenhum problema físico. No currículo, acumula dois títulos mundiais e duas medalhas de ouro nos X-Games.
Nesta segunda-feira (22), em conversa com os jornalistas, ela demonstrou estar pronta para subir no pódio no próximo dia 28.
Vocês já fizeram o reconhecimento da pista, o que você pode falar ?
Apesar de ser minha segunda Olimpíada, é novo. Porque estávamos em a uma pandemia em Tóquio. Tinha muitas restrições e eu estava lesionada também. Então, cheguei lá 100% focada na fisioterapia, para tentar melhorar o meu pé para a competição. Mas aqui (em Paris) me parece que está sendo muito bom, incrível porque a gente tem contatos com outros atletas e agora vai ter torcida. Nós fomos na pista lá, bem diferente de Tóquio, uma pista que eu gostei. Acho que é minha cara e está sendo tudo muito bom.
Dá pra dizer, até por isso que você explicou agora, que o skate está estreando de vez na Olimpíada, já que terá público ?
Sem dúvidas vai ser tudo muito diferente. É a primeira vez que a gente está vivendo, entre aspas, isso. Porque sem torcida, competimos em Tóquio. Foi bem limitado. Não podia estar 100% nos lugares por muito tempo. Então, aqui a gente está conseguindo aproveitar mais, aproveitar mais a galera e a torcida está vindo em peso. Acredito que vai ser mais uma Olimpíada que vamos marcar muito na história do skate e também na dos Jogos Olímpicos.
Na Olimpíada passada você chegou como uma das favoritas, teve o problema de lesão, teve a foto lá com o pé machucado, agora você está 100%. Como você está se sentindo?
Estou 100% focada para conquistar essa tão sonhada medalha. Agora é colocar a cabeça no lugar cada vez mais. A gente tem quatro dias de treinos até a nossa estreia, no dia 28. Eu acredito que é mostrar tudo aquilo que a gente já vem fazendo durante esses dois ou três anos. E agora 100%, sem lesão nenhuma. E pretendo ficar assim até o final da Olimpíada.
Do ciclo de Tóquio para cá, mudou muita coisa. Você não está em todas as provas da Street League Skateboarding (SLS), por exemplo. Como se sente diante disso?
Em 2024, a gente focou somente nessas competições da World Skate (qualificatórias olímpicas). Eu fui chamada para todas essas da Street League, dos X Games. Mas eu e a minha equipe decidimos focar na World Skate, porque querendo ou não é um sonho ganhar uma medalha. Então, o meu foco total foi aí. Passando a Olimpíada, a gente vai voltar a essas competições. Mas era algo mesmo de treinamento, de poder se recuperar. Foram muitas competições e não queria correr risco de me machucar como aconteceu em Tóquio. Então, foquei 100% na World Skate para chegar da melhor forma em Paris.
Como fica a cabeça do atleta, até pegando esse ponto de lesão?
Eu tenho uma equipe muito boa atrás de tudo isso. Então, eles trabalham para eu poder chegar 100% em tudo. E acho que é a gente focar ali nas competições. Tenho muitas coisas ao redor, não só do skate. Então, consigo relaxar a minha cabeça com o futebol, com o Carnaval, com a minha família e isso acaba me distraindo um pouco para chegar 100% aqui e não ficar só focada nisso (competir). O fato de eu não estar lesionada já é um grande buraco fechado na minha cabeça.
Dentro de tudo que é a pista, de altíssimo nível, o que você vê que te ajuda ?
Essa pista tem tudo a ver comigo, por conta de rampas para o corrimão, rampas para a borda, como a gente fala. Então, é algo que é a minha especialidade. E também os corrimões grandes, meus favoritos ali.