A prefeitura de Juazeiro vai atender a uma recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e irá recolher a estátua de Daniel Alves, localizada no centro da cidade. Natural do município baiano, o ex-jogador do Barcelona e da Seleção Brasileira foi condenado na Espanha a quatro anos e seis meses de prisão por estupro de uma mulher de 23 anos. Em liberdade provisória até o julgamento final, ele alega inocência e afirma que a relação foi consensual.
A recomendação do MP-BA se baseia na Lei Nº 6.454/1977, que normatiza sobre o uso de recursos públicos para aquisição e instalação de monumentos de pessoas vivas. A prefeitura afirmou que "irá recolher a obra nos próximos dias", sem especificar data. A administração municipal tem 30 dias para cumprir a recomendação.
A remoção do monumento é pedida por alguns moradores desde o ano passado, quando Daniel Alves foi preso preventivamente sob a acusação de estupro. As demandas ocorrem especialmente pelas redes sociais e ganharam força após a condenação do atleta. Em fevereiro, a prefeitura de Juazeiro afirmou que não iria se manifestar sobre o assunto até a conclusão do caso, tendo em vista que o jogador entrou com um pedido de apelação, e informou que não havia recebido pedidos oficiais para a retirada da obra.
Produzida pelo artista plástico Leo Santana, a estátua está localizada na região central do município e exibe Daniel Alves em tamanho real com a camisa da Seleção Brasileira e uma bola de futebol nos pés. Inaugurada em 2020, a obra foi vandalizada diversas vezes após a prisão do jogador.
Pouco tempo depois de o caso vir à tona, o monumento amanheceu com um saco preto na região da cabeça, enrolado com fita adesiva. Em fevereiro deste ano, o monumento foi visto coberto com manchas brancas, cuja limpeza foi realizada pela prefeitura de Juazeiro. No mês seguinte, a estátua foi pichada e acabou sendo limpa por uma mulher que alegou ser prima do atleta.
Condenação e liberdade provisória
Daniel Alves foi condenado em 22 de fevereiro. A sentença pelo crime de agressão sexual a uma jovem de 23 anos, na boate Sutton, na noite de 30 para 31 de dezembro de 2022, foi anunciada pelos juízes Isabel Delgado Pérez, Luis Belestá Segura e Pablo Díez Noval.
O julgamento ocorreu entre os dias 5 e 7 de fevereiro. No total, 19 testemunhas foram ouvidas, entre policiais, funcionários da boate, a vítima e pessoas próximas aos envolvidos. Na sentença, os juízes reforçaram a veracidade do relato da vítima e minimizaram a tese de embriaguez defendida pelos advogados do jogador.
Daniel deixou a Penitenciária Brians 2 em 25 de março para aguardar a sentença final em liberdade provisória. O jogador é obrigado a comparecer à Audiencia de Barcelona todas as sextas-feiras.