A Fórmula 1 começa nesta quarta-feira (21) com três dias de testes de pré-temporada no Bahrein, onde todas as atenções estarão voltadas para a Red Bull, equipe que dominou a categoria nos últimos anos e que está imersa no "caso Horner", ainda sem resolução.
A ilha do Golfo, que receberá o primeiro Grande Prêmio da temporada (2 de março), também pode ser o palco da resolução do caso que afeta o chefe da equipe campeã, denunciado por "comportamento inapropriado" por uma funcionária.
Christian Horner, que é aguardado no circuito de Sakhir, é alvo de uma investigação interna na Red Bull, embora negue as acusações.
Até o momento, a escuderia austríaca não anunciou nenhuma decisão sobre o futuro de Horner, apesar de a organização do campeonato tenha declarado no fim de semana que espera que o caso seja esclarecido "o mais rápido possível".
"Houve inevitavelmente uma distração" dentro da Red Bull, reconheceu Horner, de 50 anos, durante a apresentação do novo carro da equipe, na semana passada. "Mas estamos todos concentrados na próxima temporada", acrescentou.
- Red Bull quer manter domínio -
Do ponto de vista esportivo, a atual bicampeã dos construtores chega muito forte. Vencedora de 21 das 22 corridas em 2023, a Red Bull tentará conquistar mais um título de pilotos, que o holandês Max Verstappen conseguiu nas últimas três temporadas.
"Só Singapura escapou [no ano passado], por isso podemos fazer melhor tecnicamente, embora logicamente haja uma convergência com o regulamento estável [desde 2022]", prevê Horner, que espera uma competição mais acirrada na temporada que vai começar.
"Se continuarmos com o nosso ritmo de desenvolvimento de 2023 em 2024, estaremos em posição de força", disse Andrea Stella, chefe da McLaren, quarta colocada no campeonato de construtores no ano passado. "Mas vamos ver se isso é suficiente para competir com a Red Bull e outras equipes de ponta".
Nos últimos dias, cada uma das dez escuderias do grid apresentou seus carros para a nova temporada, que serão vistos pela primeira vez na pista no Bahrein.
- Grid sem mudanças -
Os tradicionais testes de pré-temporada também servirão para apresentar os novos chefes de equipe: o francês Laurent Mekies deixou a Ferrari para assumir a Racing Bulls (ex-AlphaTauri, escuderia satélite da Red Bull) e o japonês Ayao Komatsu vai comandar a Haas no lugar do popular Günther Steiner, demitido em janeiro.
Por outro lado, o grid de pilotos será idêntico ao de 2023, uma novidade na história da F1, mas que não se repetirá em 2025, já que a Ferrari anunciou a contratação de Lewis Hamilton para o ano que vem.
O surpreendente anúncio da saída de Hamilton da Mercedes (pela qual conquistou seis de seus sete títulos mundiais) deixa um vácuo na equipe alemã.
Fernando Alonso, campeão do mundo em 2005 e 2006, está entre os cotados para substituí-lo, já que seu contrato com a Aston Martin termina no final de 2024.
Alonso se mostrou contrariado com o formato dos testes de pré-temporada, limitados a apenas três dias, de quarta a sexta-feira: "É injusto termos um dia e meio para preparar um campeonato mundial", criticou o espanhol de 42 anos.
De fato, as equipes terão apenas um carro para seus dois pilotos, que só poderão ir à pista por um dia e meio.
"Não entendo por que não vamos ao Bahrein durante quatro dias, para que cada piloto tivesse dois dias" de testes, questionou Alonso.
"O calendário já é brutal o suficiente", declarou, por sua vez, Sergio Pérez (Red Bull). "Não há tempo para mais testes", acrescentou o mexicano.
Este ano o Mundial de Fórmula 1 terá 24 corridas, um recorde na história da categoria.
* AFP