O Tribunal Provincial de Barcelona divulgou, na manhã desta quinta-feira (22), a sentença de Daniel Alves no julgamento em que o jogador era acusado de violência sexual. O jogador brasileiro foi condenado a quatro anos e seis meses.
Além disso, ele terá de cumprir ainda mais cinco anos em liberdade vigiada e pagará uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 804 mil). A decisão ainda é passível de recurso no Tribunal da Catalunha ou no Tribunal Supremo, a última instância do sistema judiciário espanhol.
A expectativa era de que o veredito saísse apenas em março. No entanto, pela repercussão midiática do caso, o prazo ficou menor. Também não houve espaço para contestações. A imprensa não teve acesso à sala onde foi proferida a condenação.
Como foi o julgamento
O julgamento de Daniel Alves ocorreu entre os dias 5 e 7 de fevereiro. No total, 19 testemunhas foram ouvidas, entre policiais, funcionários da boate, a vítima e pessoas próximas aos envolvidos.
O primeiro dia do julgamento teve o depoimento da mulher que acusa Daniel Alves. Ela teve a identidade protegida por um biombo para não ter contato visual com o jogador e preservar sua identidade. A fala durou 1h30min, e ela reafirmou ter sido violentada.
No terceiro dia, em depoimento, Daniel Alves voltou a corroborar a tese de que estava embriagado. Esta afirmação, na verdade, foi apenas a última das cinco versões apresentadas pela defesa do atleta.
Na ocasião, a juíza Isabel Delgado Pérez recomendou nove anos de prisão e indenização de 150 mil euros. A advogada de acusação, Estér García, pediu 12 anos de prisão.
Inés Guardiola, advogada de Daniel Alves, pediu a absolvição, sustentando sua defesa no fato de que o ato teria sido consentido e que o jogador estaria embriagado. Inés também sugeriu que, em caso de prisão, esta seja de, no máximo, um ano.
Cronologia do caso
O caso teve sua primeira repercussão na imprensa espanhola ainda em 2022. No dia 31 de dezembro, o diário catalão ABC revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na casa noturna Sutton, em Barcelona, no dia anterior. A mulher esteve acompanhada por amigas a todo o instante e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia, que colheu o depoimento da vítima
Inconsistências nas versões dadas pelo atleta à Justiça, além da possibilidade de fuga do país europeu, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão no dia 20 de janeiro. Daniel Alves foi encaminhado para o Centro Penitenciário Brians 2.
Em agosto de 2o23, apenas mais um revés, a defesa decidiu retirar o pedido de recurso que estava em tramitação, com o objetivo de acelerar o processo. Em outubro, Daniel Alves trocou de defesa e escolheu a advogada Inés Guardiola para representá-lo.