Em casa, a Costa do Marfim venceu a Nigéria por 2 a 1 neste domingo (11) e conquistou o título da Copa Africana de Nações. Em uma final emocionante, os visitantes abriram o placar no Estádio Olímpico de Ebimpé, com um gol do zagueiro William Troost-Ekong, mas viram os donos da casa virarem com gols de Kessié e Haller, na segunda etapa.
A Costa do Marfim voltou a ser campeã da Copa Africana de Nações após oito anos — a última conquista havia sido em 2015. Esse é o terceiro título do país, que se junta à Nigéria no ranking dos campeões — estão à frente: Gana, com quatro, Camarões, com cinco, e Egito, com sete.
Trajetória da Costa do Marfim é digna de cinema
O caminho da seleção nesta edição da Copa Africana de Nações é digno de cinema. Jogando em casa com o apoio da torcida e recheada de expectativas, a Costa do Marfim teve um início decepcionante e conturbado na competição. Apesar da vitória por 2 a 0 na estreia diante de Guiné-Bissau, a Costa do Marfim perdeu na 2ª rodada por 1 a 0 justamente para a Nigéria, adversária da final neste domingo, e começou uma crise interna.
Precisando vencer para garantir uma vaga nas oitavas de final, a Costa do Marfim foi goleada por 4 a 0 pela Guiné Equatorial. Logo após a dura derrota, a federação de futebol do país decidiu demitir o técnico Jean-Louis Gasset mesmo com a seleção ainda com chances de avançar entre os melhores 3º colocados.
Sem técnico e torcendo por outros resultados, a anfitriã do torneio acabou avançando às oitavas. Mas logo de cara uma pedreira. O adversário do primeiro jogo do mata-mata foi Senegal, atual campeã e time do craque Sadio Mané.
Com mudança de formação e de jogadores, o treinador interino Emerse Faé conseguiu mudar os ânimos na Costa do Marfim. A seleção empatou no tempo normal e na prorrogação por 1 a 1, e bateu Senegal nos pênaltis.
Empolgada com a vitória sobre Senegal, a Costa do Marfim quase foi surpreendida por uma zebra nas quartas. Com um a mais desde a 1ª etapa, Mali vencia os donos da casa por 1 a 0 até os 45 minutos do 2º tempo, quando o ponta Simon Adingra deixou tudo igual nos minutos finais da partida.
Mais uma vez na prorrogação, a seleção marfinense conseguiu evitar a disputa de pênaltis com outro gol no fim. Nos acréscimos do 2º tempo, Diakité marcou e levou a anfitriã para a semifinal.
Herói do título venceu câncer
Na semi, nada de prorrogação ou gols na emoção dos últimos minutos. Recuperado de um câncer no testículo, Sébastien Haller foi titular pela primeira vez na Copa Africana de Nações de 2024 e foi o herói da classificação à final com um belo gol.
Em julho de 2022, o atacante de 29 anos do Borussia Dortmund foi diagnosticado com câncer. Após seis meses de tratamento, ele voltou a treinar pelo clube alemão e hoje é a maior referência da sua seleção na principal competição continental da África.
Para fechar com chave de ouro a história de superação, Haller fez o gol do título dos marfinenses. Ele recebeu um cruzamento pela esquerda, esticou a perna e marcou segundo dos marfinenses na virada sobre a Nigéria, garantindo o pentacampeonato para seu país.
Colaborou: Leonardo Bender