O ex-campeão paralímpico sul-africano Oscar Pistorius, condenado por matar a namorada, foi solto da prisão nesta sexta-feira (5). Ele ficará em liberdade condicional e já "está em casa", informaram as autoridades penitenciárias.
Pistorius, de 37 anos, não está autorizado a falar à imprensa, segundo as condições estabelecidas para receber a liberdade condicional. O famoso ex-atleta, que tem ambas as pernas amputadas e foi condenado pelo homicídio da namorada, Reeva Steenkamp, já cumpriu mais da metade da pena. A decisão de conceder liberdade condicional saiu em 2023.
Ele saiu da prisão de Atteridgeville, nos arredores de Pretória, durante a madrugada. "Ele foi admitido no sistema penitenciário comunitário e agora está em casa", disse a administração penitenciária em comunicado.
Embora havia informações de que Pistorius seria libertado da prisão nesta sexta-feira, as autoridades não haviam comunicado antecipadamente nem a hora nem os detalhes logísticos da sua libertação, alegando razões de "segurança".
Em uma declaração escrita recebida pela agência de notícias AFP poucos minutos antes da libertação de Pistorius, a mãe da vítima afirmou que os familiares de Reeva estão "condenados" a sofrer durante toda a vida. Ao ser questionada se "foi feita justiça à Reeva" e se "Oscar cumpriu pena suficiente", June Steenkamp considerou que "nunca há justiça na medida em que o ente querido nunca mais voltará".
Relembre o caso
Pistorius, um corredor que perdeu ambas as pernas quando criança e era conhecido como "Blade Runner" por suas próteses de carbono, foi condenado a 13 anos de prisão em 2017 pelo assassinato de sua namorada de 29 anos.
Na madrugada de 14 de fevereiro de 2013, dia de São Valentim (equivalente ao Dia dos Namorados), ele assassinou Reeva, atirando quatro vezes na porta do banheiro de sua casa em Pretória.
O atleta se declarou inocente e negou ter matado a jovem. Ele argumentou ter disparado contra a porta por acreditar que havia um ladrão no local.
O crime gerou comoção, já que Pistorius era considerado um exemplo de superação de adversidades.
Ao final de um primeiro julgamento, iniciado em 2014 e transmitido ao vivo pela televisão, o corredor paralímpico foi condenado a cinco anos de prisão por homicídio culposo. No entanto, o promotor considerou a sentença "escandalosamente branda" e pediu que fosse reclassificada como assassinato. Depois de vários recursos e da leitura de um relatório de autópsia da vítima, ele foi condenado, no final de 2017, a 13 anos e cinco meses de prisão por assassinato.
Na África do Sul, os condenados podem solicitar liberdade condicional depois de cumprirem metade da pena. Como parte da sua sentença, até o final de 2029, Pistorius deverá submeter-se a uma terapia para controlar a raiva e lidar com os seus "problemas de violência de gênero".