Diante do anúncio do Real Madrid de que renovou com Carlo Ancelotti até 30 de junho de 2026, volta a pairar a dúvida sobre o comando técnico da Seleção Brasileira. Com o nome pretendido fora da jogada e o atual treinador, Fernando Diniz, ainda com o status de interino, quem pode ser considerado para ocupar o cargo? Colunistas de GZH opinam.
Leonardo Oliveira
O meu sonho na Seleção, sem Carlo Ancelotti, seria Xabi Alonso. O idioma não seria empecilho. Ele fala o espanhol. Como boa parte dos jogadores está por aqui, na Europa, também pode usar o inglês. Mas é um sonho distante. Xabi faz o melhor trabalho na temporada europeia, tirou o Bayer Leverkusen da mesmice para colocá-lo no alto da tabela na Bundeliga. Na Europa League, são seis vitórias em seis jogos. Todos os gigantes europeus que cambaleiam neste momento, tipo Barcelona, estão de olho nele. O projeto para trazê-lo teria de ser muito sólido. Agora, sua chegada aqui não seria um sopro, mas um furacão de atualização tática para o futebol brasileiro. Agora, vamos para o mundo real. Ninguém está mais pronto do que Abel Ferreira para esta empreitada, que necessita de ações rápidas. Temos amistosos em março e Copa América no fim de junho. E Diniz? Seu trabalho necessita de mais tempo, de longo prazo, de processos que o deixem conectados aos jogadores mesmo fora das datas Fifa. Seria necessário criar uma estrutura que, infelizmente, com a saída de Tite se perdeu.
Marcelo De Bona
Eu penso que o processo precisa ser inverso. Primeiro, é preciso estruturar uma gestão, com presidente, diretor, e, depois, o técnico. Não adianta debatermos o técnico se não há uma estrutura acima dele para pensar a Seleção Brasileira. Quem é a CBF que pensa o Brasil na Copa de 2026? Não tem. Tem que reestruturar a CBF entidade para, depois, se definir um técnico. Eu manteria o Diniz, desde que se tenha uma estrutura atrás dele e que se dê um trabalho de longo prazo. Acho que o debate está muito além de gostar da filosofia de jogo do Diniz ou não. O debate está em um vácuo que se criou a partir de uma perda de identidade, que precisa ser recuperada, com um presidente, um diretor de competições e um técnico que se estabeleça com confiança.
André Silva
Estou entre os que nunca acreditou que Ancelotti tinha acordo com a incompetente gestão afastada da CBF. Aliás, que não culpem só o Ednaldo Rodrigues. Essa história de que ele não dividia decisões é piada. Se algum vice estava descontente que abrisse mão do ótimo salário e das benesses do cargo. A seleção tem um treinador no momento, que é o Fernando Diniz. Não é do estilo que gosto. Mas tem. Que se dê continuidade a ele, desde que se dedique só à Seleção. Caso contrário, busque-se outro. E aí entra alguém de um estilo que me agrada mais: Abel Ferreira. Mas sob a mesma condição. Trabalho exclusivo.
Luciano Potter
Renato Portaluppi. Ele combina com o ambiente carioca, que comanda a Seleção. Tem uma leitura muito rápida de grupo e os jogadores correm por ele. Seleções têm pouquíssimo tempo para treinamentos, portanto, alguém que conseguisse fazer bom trabalho rapidamente seria interessante. E Renato moraria no Rio de novo! Hehehe.
César Cidade Dias
Com o desenrolar da situação do Ancelotti, me parece que a seleção se volta ao mercado interno. Surgem três nomes importantes: Renato Portaluppi, Fernando Diniz, campeão da América, e Abel Ferreira, que não precisa apresentar. O que eu vejo mais adequado para o momento é um treinador de diálogo. Que tenha algo a dar na gestão de jogadores. Não consigo enxergar isso no Diniz e no Abel. A figura do Renato pode dar isso. Com todos os cuidados os cuidados e ressalvas que possamos ter, o Renato é esse treinador de gestão de vestiário, que pode reunir jogadores, ficar duas, três semanas com eles, e botar para jogar. Renato é o nome adequado.