Um torcedor do Crystal Palace que fez gestos racistas contra o sul-coreano Heung-Min Son, do Tottenhamm, foi banido por três anos de estádios de futebol. O caso ocorreu no Tottenham Hotspur Stadium, na Inglaterra, em partida vencida por 1 a 0 pelo time da casa, em maio deste ano, quando imagens da arquibancada captadas pela transmissão televisiva mostraram o homem, identificado como Robert Garland, puxando os olhos para ofender o atacante, que estava sendo substituído e viu o gesto, por isso comunicou à arbitragem.
De acordo com Serviço de Procuradoria da Coroa Britânica (CPS, na sigla em inglês), em seu depoimento, Son disse não ter feito "nada para ser alvo deste horrível comportamento racista e discriminatório". Garland, de 44 anos, foi detido e acusado de "crime de ordem pública com agravamento racial".
Após declarar-se culpado, o homem foi condenado a 60 horas de trabalho comunitário e recebeu uma multa de pouco mais de mil libras (aproximadamente R$ 6,6 mil na cotação atual), mas o clube teve o apoio da Polícia Metropolitana e da Unidade de Policiamento do Futebol do Reino Unido, para pedir um recurso, que resultou na punição mais dura, com o banimento do torcedor.
— Agradecemos à Polícia pela cooperação no assunto. Gostaríamos de reiterar que o Clube não tolera qualquer tipo de discriminação e procurará sempre que sejam tomadas as medidas mais enérgicas possíveis contra os responsáveis — disse o Tottenham em comunicado divulgado nesta quarta-feira (8).
A nova decisão faz com que Garland não possa entrar em nenhum estádio durante partidas de futebol regulamentadas durante três anos, período no qual também terá de entregar seu passaporte sempre que o Crystal Palace tiver compromissos internacionais.
— Este caso mostra que crimes de ódio no futebol não serão tolerados. As ações de Garland foram justamente condenadas nas redes sociais e apelamos a todos os torcedores que continuem denunciando qualquer forma de comportamento discriminatório contra jogadores ou torcedores à polícia ou aos comissários, para que possamos levar casos como este ao tribunal — disse Kevin Christie, principal promotor esportivo do CPS.