O Comitê Olímpico Internacional (COI) tem "a vantagem" de funcionar durante anos com a "solução de dois Estados" no conflito israelense-palestino, o que lhe permite ter "contato direto" com ambas as partes, declarou nesta terça-feira (28) Thomas Bach, presidente da instituição.
—Sobre Israel-Palestina, temos uma vantagem nesta situação porque temos, no movimento olímpico, o que no mundo político se chama de solução de dois Estados—declarou o presidente do COI durante uma reunião em Paris com representantes das últimas cidades anfitriãs dos Jogos Olímpicos.
—Já temos isso há muito tempo, com dois comitês olímpicos nacionais, que coexistem pacificamente há décadas— sublinhou o chefe do COI, que foi atleta olímpico e medalha de ouro na esgrima nos Jogos de 1976, em Montreal.
O Comitê Olímpico Palestino foi reconhecido pelo COI em setembro de 1993, após os Acordos de Oslo.
—Esta situação nos dá a oportunidade de falar com as duas comunidades— acrescentou Thomas Bach, destacando que a instituição olímpica tem "contatos diretos" com os dois movimentos olímpicos nacionais.
Nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, cinco atletas participaram sob a bandeira palestina. Bach reafirmou a posição do COI no contexto do conflito entre Israel e o Hamas.
A trégua entre Israel e o movimento islamista palestino foi prorrogada até a manhã de quinta-feira para permitir novas trocas entre reféns detidos pelo Hamas e prisioneiros detidos em Israel.
Cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, segundo as autoridades, morreram no ataque sem precedentes lançado em 7 de outubro por comandos do Hamas em solo israelense.
Em retaliação, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, reconhecido como organização terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Israel, e bombardeou incessantemente o território palestino, lançando uma ofensiva terrestre em 27 de outubro, até o início da trégua.
Na Faixa de Gaza, 14.854 pessoas, incluindo 6.150 menores, morreram nesses ataques, segundo o governo do Hamas.
* AFP