Rebeca Andrade voltou a escrever uma página em sua impressionante trajetória da ginástica. Nesta terça-feira (24), ela garantiu mais duas medalhas para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, ouro no salto e prata nas barras assimétricas. Com isso, já tem três em sua estreia no evento. Antes, foi prata por equipes.
O ouro foi conquistado sob admiração do público e das adversárias. A brasileira monopolizou todos os olhares ao ir para o aquecimento e, no momento de seu primeiro salto, foi capaz de conseguir um silêncio absoluto no Centro de Deportes Colectivos, localizado no complexo do Estádio Nacional de Santiago. Algo raro, já que os chilenos, e até mesmo os brasileiros, têm feito muito barulho nas arquibancadas de todas as arenas.
No momento em que se preparou para a corrida, era possível perceber que todos estavam vidrados no trajeto que ela percorreria até executar um salto perfeito. Assim que Rebeca aterrissou e cravou sua chegada, todos se puseram de pé e a ovacionaram.
Veio a nota 15.333 e um "oh" de espanto foi ouvido em todo o ginásio. Logo depois, o segundo salto de 14.633, também superior a todos os outros feitos pelas demais sete finalistas, e a média 14.983 para confirmar o ouro da campeã olímpica e mundial.
O pódio ainda contou com a norte-americana Jordan Chiles (14.150) e a mexicana Natalia Escalera (13.333). A representante do México elogiou a brasileira após o pódio.
— Rebeca nada mais é do que uma inspiração, um ícone da ginástica. E a verdade é que eu a admiro demais porque ela lutou igual a todas nós. Competir com ela é muito emocionamente e me inspira a ser melhor — disse Natalia.
A dobradinha nas assimétricas
A segunda final foi nas barras assimétricas, nas quais Rebeca teve a companhia de Flávia Saraiva, que no dia anterior se sagrou vice-campeã do individual geral. Mais uma vez, o público se voltou para o fenômeno brasileiro, que alcançou o status de celebridade no mundo esportivo. Sua grande adversária, a norte-americana Simone Biles, não compete no Pan porque os Estados Unidos optaram por não trazer a equipe principal.
Flavinha foi a primeira a se apresentar e conseguiu 13.733 dos árbitros. Depois foi a vez de Rebeca, e ela fez mais uma brilhante apresentação, como se estivesse no quintal de casa brincando. Novamente, o público acompanhou boquiaberto e se pôs de pé a aplaudir o grande nome dos Jogos. A nota veio e os 14.333 já a colocaram na liderança.
O resultado final colocou a norte-americana Zoe Miller com 0.333 a mais e com o ouro à frente de Rebeca e Flávia, que ficaram com prata e bronze, respectivamente. Mas a estrela maior do Pan seguiu sendo Rebeca Andrade, a mais aplaudida e tietada dos Jogos até aqui.