A segunda-feira (23) tinha um objetivo claro para a ginástica artística do Brasil, com quatro atletas nas finais do individual geral masculino e feminino. Todas as forças estavam concentradas para que Arthur Nory conquistasse o ouro e ficasse com a vaga para os Jogos Olímpicos de Paris.
Porém, Nory não fez uma boa prova e acabou apenas na nona colocação, com falhas que não são comuns para um atleta que tem no currículo um bronze olímpico no solo, um ouro e um bronze na barra fixa em mundiais.
— A gente já sabia de todas as chances e condições que tinha aqui. Fazer individual geral não é fácil. É muito difícil competir nos seis aparelhos, em dois dias seguidos (eliminatórias e final). Senti um pouco ali (ombro esquerdo) no meio da prova, mas nada que vá comprometer muito. Ginástica é o momento e hoje (segunda-feira) não deu, mas eu vou buscar a vaga nas etapas da Copa do Mundo a partir do ano que vem na barra (fixa) — destacou Nory, que antes de entrar na zona de entrevistas chorou abraçado a integrantes da delegação.
Agora, ele precisa ser um dos dois melhores do aparelho em um ranking que será elaborado em 2024, a partir dos desempenhos nas quatro etapas da Copa do Mundo para estar em Paris.
Se não deu para Nory, o jovem Diogo Soares estava muito feliz pela conquista da medalha de prata. Ele somou 81.865 e ficou atrás do canadense Felix Dolci, ouro com 82.531. O bronze foi para o norte-americano Donnel Whittenburg.
— Acho que fui bem no solo. No cavalo (com alças), eu errei na classificatória, mas corrigi hoje (segunda-feira) nas argolas e salto (sobre a mesa). Mantive o resultado da eliminatória e deu pra acalmar um pouco. Mas depois, (barras) paralelas e barra fixa deu aquela tensão de novo. Gosto deste tipo de competição, ponto a ponto, é muito bom. Agora é corrigir os erros e melhorar na final de paralelas, em etapa da Copa do Mundo e focar nos Jogos Olímpicos porque minha cabeça está lá— comemorou o ginasta do Flamengo.
Entre as mulheres, por detalhe duas brasileiras não foram ao pódio. Flávia Saraiva, com 54.565, ficou com a prata e Jade Barbosa, com 53.333, terminou em quarto. As norte-americanas Kayla Dicello (54.699) e Jordan Chiles (53.999) faturaram ouro e bronze, respectivamente.
— Hoje (segunda-feira) eu estava mais cansada. Foi mais difícil. Já são dois dias de competição. Eu vim de Copa do Mundo (Paris) e um Mundial longo. A última vez que competi tanto assim foi em 2019 e isso foi muito importante depois da lesão (tornozelo). Então, foi um ano muito especial pra mim— disse Flávia, já com sua segunda medalha do Pan no peito, após a prata por equipes.