No Dia Mundial do Judô, a seleção brasileira fez a festa nos Jogos Pan-Americanos. Neste sábado (28), no Centro de Deportes de Contacto, no Parque do Estadio Nacional de Santiago, a equipe conquistou seis medalhas, quatro de ouro e duas de bronze, mostrando sua força e ajudando o Time Brasil a entrar na briga pelo segundo ou terceiro lugar, com México e Canadá.
Das quatro medalhas de ouro a mais aguardada era de uma das principais atletas do mundo na modalidade. Campeã olímpica nos Jogos Rio-2016 e bicampeã mundial do leve (57 kg), Rafaela Silva ainda não tinha no currículo o ouro no Pan. Em 2011, ela foi prata e em 2015 ficou com o bronze. Em 2019, no Peru, foi campeã, mas perdeu seu resultado por testar positivo em exame antidoping.
Em Santiago, não teve jeito. Com um ippon atrás do outro, a carioca de 31 anos deixou pelo caminho a panamenha Kristine Jiménez, a colombiana Maria Fernanda Villalba e, por fim, a argentina Brisa Gómez.
— Foi um momento bem difícil. Cheguei na Vila estava tudo tranquilo, fiz a pesagem normal, mas na primeira luta, quando subi no tatame veio a lembrança de 2019 e eu tive de segurar a emoção, porque nos últimos quatro anos fiquei pensando nesses Jogos Pan-Americanos — disse Rafaela.
A judoca do Flamengo ainda foi lembrada que, da desclassificação em Londres, veio o ouro olímpico quatro anos depois e que isso pode ser um presságio do que ocorrerá na França em 2024.
— Com certeza é o que quero. Me tirar duas medalhas importantes, o ouro do Pan de 2019 e o bronze do Mundial de 2019 e a vaga olímpica para Tóquio. Mas eu já consegui um ouro no Mundial de 2022 e o ouro do Pan. Então, o próximo passo é a medalha olímpica em Paris.
O primeiro pódio veio com Amanda Lima, na categoria ligeiro (48 kg). Depois de estrear imobilizando a equatoriana Luz Peña, a judoca do Minas Tênis Clube perdeu para a mexicana Edna Castillo na semifinal, mas ainda teve a chance de disputar o bronze contra a chilena Mary Dee Vargas Ley, que foi facilmente dominada e derrotada em 34 segundos.
Quem vingou a derrota de Amanda foi Alexia Nascimento, 68ª do mundo, que na estreia aplicou um ippon na venezuelana María Giménez. Depois, pelas quartas de final, foi a vez da argentina Keisy Perafán ser superada nas punições. Na semifinal, a atleta do Pinheiros (SP) conseguiu um wza-ari na colombiana Erika Lasso e chegou à decisão, justamente contra Edna Castillo, que foi superada com dois waza-aris em menos de um minuto e meio de luta.
Com apenas 18 anos, Michel Augusto é o caçula da equipe em Santiago. Mas o garoto não se intimidou e na estreia do ligeiro (60 kg) passou com um waza-ari pelo salvadorenho Jairo Moreno e garantiu vaga na semifinal, onde mais uma vez conseguiu um waza-ari para derrotar o costa-riquenho Sebastián Sancho no golden score.
Na decisão pelo ouro, o judoca do Sesi-SP encarou Johan Rojas e, em uma luta acirrada, onde chegou a estar com duas punições atrás, conseguiu a virada no golden score, quando forçou três punições ao colombiano, que acabou desclassificado.
Em busca do bicampeonato do meio-leve (52 kg), Larissa Pimenta começou batendo a chilena Judith González por ippon. Na sequência, um novo ippon sobre a experiente norte-americana Angelica Delgado e vaga na final. O ouro veio com vitória nas punições contra a mexicana Paulina Martínez a 21 segundos do final do combate.
Willian Lima (Pinheiros) começou direto nas quartas de final da categoria meio-leve (66 kg) e acabou sofrendo um ippon do venezuelano Willis Garcia. Com isso, teve que ir para a repescagem, onde superou o colombiano Juan Pablo Hernandez por waza-ari e na disputa do bronze, com dois waza-aris derrotou o peruano Juan Postigos, assegurando um lugar no pódio.