O Brasil encerrou sua participação no judô dos Jogos Pan-Americanos com uma medalha de prata por equipes mistas. Depois de realizar uma ótima campanha nas disputas individuais, com 15 pódios (sete ouros, duas pratas e seis bronzes), a seleção brasileira voltou ao Centro de Deportes de Contacto de Santiago como favorita a decidir o título contra Cuba.
Após os primeiros confrontos, em que o Chile venceu o Equador e Cuba eliminou o México, o Brasil encarou a Venezuela e fez 4 a 1. Leonardo Gonçalves (Sogipa) lutou pela categoria +90kg e finalizou Luis Amezquita com chave de braço em 1min32seg e fez 1 a 0. O segundo ponto veio com Rafaela Silva (57 kg), que marcou um waza-ari em 10 segundos e garantiu a vitória com um ippon contra Fabiola Diaz, 38 segundos depois.
Campeão da categoria 73kg, Gabriel Falcão marcou waza-ari e forçou três shidôs em Sergio Mattey, venceu depois de 2min24seg de luta e deixou o Brasil a uma vitória das semifinais. Na sequência, Aléxia Castilhos (Sogipa) sofreu dois waza-aris da experiente Elvismar Rodríguez, que marcou o ponto venezuelano.
Mas a equipe brasileira tinha mais cartas na manga. O ouro nos 81kg, Guilherme Schmidt atropelou Carlos Páez em em 2min25seg e assegurou a vitória por 4 a 1.
Nos outros confrontos, a República Dominicana fez 4 a 0 no Chile, e a Colômbia repetiu o placar diante da Argentina, que após 10 minutos de descanso voltou para vencer a Venezuela por 4 a 2 e seguir para disputa do bronze contra a República Dominicana, que perderia sua semifinal para Cuba, por 4 a 2, após estar vencendo por 2 a 0. Na outra disputa de repescagem, o México calou a torcida da casa e fez 4 a 0 nos chilenos e se habilitou a disputa por vaga no pódio.
Semifinal tranquila diante da Colômbia
Para garantir vaga na decisão, o Brasil precisou passar pela Colômbia. E não encontrou muitas dificuldades. Com alterações na equipe, em relação ao confronto da fase anterior, Rafaela Silva precisou de 47 segundos para vencer Maria Villalba.
Após a bicampeã mundial e campeã olímpica dos 57kg, Willian Lima conseguiu um ippon em 1min40seg sobre Andrés Sandoval e aumentou a vantagem brasileira. O 3 a 0 viria logo depois ma luta mais equilibrada. Luana Carvalho (70 kg) precisou do golden score para derrotar Luisa Bonilla, que chegou a ter um waza-ari de vantagem, mas a brasileira devolveu na mesma moeda e forçou três punições para a colombiana.
Vice-campeão nos 90kg, Rafael Macedo (Sogipa) garantiu a vaga na final ao derrotar Daniel Paz em 2min18seg. Era aguardar as disputas de bronze e voltar para o tatame para a aguardada final com os cubanos.
Final catimbada e definida na sétima luta
O Brasil saiu em vantagem porque Cuba não apresentou atleta na categoria 57kg e, dessa forma, Rafaela Silva sequer precisou lutar. A primeira luta, de fato, na decisão foi nos 73kg. Gabriel Falcão encarou Magdiel Estrada. E com um waza-ari o brasileiro fez 2 a 0. A sequência teve nos 70kg, Luana Carvalho contra Idelannis Gómez. As duas judocas receberam dois shidôs e no final, a cubana conseguiu um ippon.
No duelo entre Rafael Macedo e Iván Silva Morales nos 90kg, o atleta da Sogipa acabou sofrendo um waza-ari no último minuto, e os cubanos empataram o confronto.
Restavam os pesados para a decisão do título. Beatriz Souza e Idalys Ortiz nos 78kg fizeram um duelo equilibrado e com três shidôs contra dois, Bia fez 3 a 2. Rafael Silva encarou Andy Granda com a chance de dar o título para o Brasil. Em um decisão polêmica, o árbitro dominicano Orlando Cruz definiu a vitória para o cubano e a igualdade em 3 a 3.
Para definir o campeão, foi feito um sorteio da categoria que seria disputada, e mais uma vez Rafael Silva e Andy Granda se enfrentaram. E o resultado se repetiu com três shidôs a dois favoráveis ao atleta cubano.