Em busca do bicampeonato, Ana Patrícia e Duda venceram as australianas medalhistas olímpicas Mariafe del Solar e Taliqua Clancy na semifinal do Mundial de vôlei de Praia, em Tlaxcala, no México, e vão defender o título em decisão contra as americanas Kelly Cheng e Sara Hughes, que eliminaram as compatriotas Taryn Kloth e Kristen Nuss. Com a vitória por 2 sets a 0, parciais de 21/17 e 21/14, sobre a dupla da Austrália, as brasileiras alcançaram a final sem perder um set sequer durante todo o torneio e, se mantiverem a estatística, serão as primeiras campeãs com vitórias em todos os sets desde as lendas americanas Walsh Jennings e May-Treanor em 2007.
A campanha incrível vem sendo construída em um momento muito difícil para Duda, que está jogando de luto pela morte da avó.
— Foi uma semana muito difícil para mim porque minha avó faleceu há alguns dias. Estou tentando me manter positiva em quadra e a Ana Patrícia tem me ajudado bastante. Gostaria de dedicar esta final a ela e estou muito animada para enfrentar as americanas amanhã diante de uma plateia incrível — disse a jogadora.
Campeãs do mundo na última edição do torneio, em 2022, a dupla do Brasil pode ser a terceira a conseguir dois títulos consecutivos de um Mundial. Até agora, o feito só foi alcançado pelas brasileiras Adriana Behar e Shelda Bede, campeãs em 1999 e 2001, e por Walsh e May-Treanor, que venceram três edições seguidas de 2003 a 2009.
A final, marcada para as 19 horas (de Brasília) deste domingo, marcará o sétimo encontro entre brasileiras e americanas em uma decisão de Mundial de vôlei de praia. Na seis anteriores, foram três vitórias para cada lado. A última vez que as duas nações disputaram o título, contudo, foi há 12 anos, quando, em 2011, Juliana e Larissa superaram Walsh e May-Treanor.
O Brasil, com 17 medalhas (seis de ouro, cinco de prata e seis de bronze), e os Estados Unidos, com 11 (quatro de ouro, cinco de prata e duas de bronze), são os maiores medalhistas entre as mulheres.
— Vamos descansar e nos preparar para enfrentar as americanas. Já as enfrentamos algumas vezes e sabemos que são muito fortes e disciplinadas taticamente. O sistema defensivo delas é muito bom, mas vamos tentar encontrar uma forma de superá-las e tentar entrar em quadra e dar o nosso melhor — comentou Ana Patrícia.
Entre os homens, o título será decidido entre os tchecos Ondrej Perusic/David Schweiner e os suecos David Ahman/Jonatan Hellvig.
As duplas campeãs irão garantir para seus países vagas no torneio dos Jogos Olímpicos de Paris.