A ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira, que morreu nesta quinta-feira (21), aos 43 anos, foi homenageada antes da partida entre Brasil e Turquia, pelo Pré-Olímpico de Vôlei, em Tóquio. A partida ocorreu na madrugada desta sexta-feira (22), conforme fuso horário de Brasília.
O clima foi de luto. A ex-atleta da seleção brasileira e campeã olímpica foi lembrada com um período de silêncio antes do hino, com a colegas de esporte de mãos dadas. As brasileiras entraram em quadra com fita nos braços onde estavam os dizeres "W#1", junto a um coração: "W" de Walewska e "1" referindo-se ao fato de ela ter sido camisa número 1. O time perdeu por 3 a 0 para a Turquia.
— É difícil. A gente precisou se fechar, deixar para chorar depois do jogo. Dói muito. A gente precisa tentar lidar com isso da melhor maneira. De alguma forma passar por isso. Foi duro. A gente deu muita força para a outra neste momento. A gente agora precisa sentir um pouco o que a gente precisa sentir — afirmou a jogadora Thaísa, chorando, ao SporTV.
A notícia da morte da ex-jogadora foi inicialmente veiculada pelo Site Melhor do Vôlei e, posteriormente, confirmada por fontes próximas à família, conforme relatado pela Rádio Itatiaia. Ela estava em São Paulo para promover o lançamento de sua biografia. Na quinta, participou da gravação de um podcast e também foi a um evento de apresentação de seu livro.
A causa da morte ainda não foi divulgada.
Lembranças da amizade e da carreira
Nas redes sociais, foram várias às homenagens à ex-atleta, destacando sua trajetória e importância para o vôlei e solidarizando-se com familiares e amigos.
Em uma publicação, o Praia Clube, onde Walewska encerrou sua carreira no esporte, destacou: "O vôlei brasileiro e a comunidade esportiva perderam uma verdadeira lenda". O clube afirmou também que deseja que a memória e o legado de Walewska "continuem a brilhar como uma fonte de inspiração para as gerações futuras". "A camisa número 1, usada por Wal, foi eternizada na nossa equipe em 2022 e será para sempre lembrada", completou.
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) definiu a atleta como "central de excepcional talento". Nas palavras de Radamés Lattari, presidente da instituição, ela "era uma jogadora especial" e "sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada".
Paula Renata Marques Pequeno, que foi campeã em 2008 junto a Walewska, também postou uma homenagem: "Só quem esteve em 2008 sabe da sua importância para realizar aquele feito aliás, as 12 são as mulheres mais admiráveis da minha vida e acabamos de perder uma das maiores. Você vai muito cedo, tinha muita elegância para espalhar fora das quadras também".
Jogadora da seleção feminina de vôlei, Sheilla Castro publicou uma foto do lançamento do livro de Walewska em Belo Horizonte. Na ocasião, Sheilla recém havia perdido a avó. "Walzinha, você sempre foi um exemplo para mim dentro e fora das quadras. Dor é grande demais. Agora o luto é diferente, é pela sua partida precoce", escreveu na homenagem.
A ex-jogadora olímpica e atriz Lica Oliveira disse não acreditar na morte da colega. "Muitas preces por você, por seus familiares, amigos(as) e fãs", solidarizou-se.
Também do vôlei, Jaqueline, que jogou ao lado de Walewska, postou nas redes sociais: "Sua presença nessa nossa trajetória olímpica foi essencial para nosso primeiro ouro olímpico. Você sempre foi um exemplo de garra, força, liderança e disciplina. Vai deixar saudades e o seu legado será eterno".
Em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (21), o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, relatou estar incrédulo com a morte da ex-atleta. Eles se conheceram pessoalmente nesta semana, na Academia de Futebol, conversaram e trocaram livros de autoria própria.
— Chega ao final do jogo (partida entre Grêmio e Palmeiras na noite desta quinta) e me dizem essa notícia, eu não queria acreditar, fiquei incrédulo. Estou muito, muito triste. O máximo que posso fazer é prestar condolências à família. No fim sou ser humano como vocês, tenho defeitos, tenho sentimentos — declarou.