O sérvio Novak Djokovic, sete vezes campeão de Wimbledon e um dos tenistas mais velhos do circuito, e o espanhol Carlos Alcaraz, líder de uma onda de jovens promessas do tênis e atual número um do mundo, farão um duelo de gerações na final do torneio londrino, neste domingo (16), às 10h (de Brasília).
— É um confronto definitivo. Tudo se resume a um jogo. Todos os olhos do mundo estarão voltados para esta final. Provavelmente, será o jogo de tênis mais visto em nível mundial — afirma Djokovic, que assume o favoritismo contra Alcaraz, apesar do risco de "parecer arrogante".
Se para o sérvio de 36 anos a decisão pode ser "só mais um dia", para o espanhol será "provavelmente o melhor momento da minha vida", conforme afirma o tenista de 20 anos.
— Acho que é mais especial jogar contra uma lenda do nosso esporte. Se eu vencer, será incrível, não só por ganhar o título de Wimbledon, mas por fazer isso contra Novak — acrescenta o campeão do Aberto dos EUA de 2022.
A missão de Alcaraz parece muito difícil, mas alguns acreditam que o jovem espanhol pode vencer.
— É o melhor jogador de 20 anos que já vi na minha vida. Ele tem tudo: um jogo incrível, um atleta incrível, uma grande personalidade. É melhor do que Federer nessa idade, melhor do que todos eles — disse a lenda do tênis americano, que venceu sete Grand Slam e liderou o ranking da ATP por 170 semanas, John McEnroe, à BBC.
Djokovic quer mais
Com vários recordes no currículo, Djokovic quer continuar fazendo história. O sérvio espera levantar o troféu de Wimbledon pela oitava vez, igualando o recorde de Roger Federer, e conquistar seu 24º título de Grand Slam, superando Serena Williams e alcançando o recorde absoluto de Margaret Court.
"Nole" chegou ao seu 23º Grand Slam em junho, no torneio de Roland Garros, ultrapassando o espanhol Rafael Nadal, fora de Wimbledon, devido a uma lesão que o manterá longe das quadras até 2024.
Com Federer aposentado desde o ano passado e Nadal afastado, Djokovic é o único do chamado "Big 3" em atividade no momento.
Além de ser o tenista com mais tempo acumulado como número um do mundo na história, ele ainda pretende vencer os quatro torneios de Grand Slam no mesmo ano, após ficar com o título do Aberto da Austrália e de Roland Garros.
Nenhum homem conquistou tal feito desde Rod Laver, em 1969. A alemã Steffi Graf conseguiu em 1988, ano em que também levou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul e fechou o chamado Golden Slam.
"Um banquete" de tênis
Djokovic nunca enfrentou Alcaraz na grama, uma de suas superfícies preferidas e na qual o jovem espanhol não se sentia à vontade até vencer recentemente o ATP 500 de Queen's.
Ambos se enfrentaram em junho na semifinal de Roland Garros, no saibro, em duelo que terminou com a vitória de Djokovic e Alcaraz sofrendo cãibras.
Agora, em Londres, "não é o momento de ter medo, é preciso dar tudo", afirma o espanhol, que aparentemente aprendeu a lição. "Vou lutar" e "acho que posso vencê-lo aqui" é o que garante, apesar de o sérvio não perder um jogo na quadra central de Wimbledon desde 2013.
Aos 36 anos, Djokovic "gostaria de acreditar" que está jogando seu melhor tênis.
— Prefiro não olhar para a idade como um fator decisivo. Os 36 são os novos 26. Estou muito motivado para jogar o tênis que amo o máximo de tempo possível — pontua o veterano, que reconhece no rival um jogador que poderá impedi-lo de vencer Wimbledon pela oitava vez.
— Alcaraz está em ótima forma, muito motivado, é jovem e está com fome de vitórias. Mas também estou com fome, então vamos dar um banquete — conclui o vencedor de 94 torneios no circuito mundial.