O tenista espanhol Carlos Alcaraz, número 1 do mundo, se sagrou campeão de Wimbledon neste domingo (16), ao derrotar na final o sérvio Novak Djokovic (2º), que não perdia na quadra central do All England Club desde 2013.
Alcaraz fechou o jogo em 3 sets a 2, com parciais de 1-6, 7-6 (8/6), 6-1, 3-6 e 6-4, em quatro horas e 42 minutos.
O espanhol de 20 anos, que já tinha sido campeão do US Open em 2022, levanta seu segundo título de Grand Slam em sua terceira participação em Wimbledon.
"É um sonho que se tornou realidade", disse Alcaraz, grato por "fazer história neste belo torneio" e por "jogar com uma lenda" como Djokovic.
"Aos 20 anos, alcançar este tipo de situação tão rápido me faz sentir muito, muito orgulhoso de mim mesmo e da equipe que tenho, do trabalho que fazemos a cada dia", acrescentou
Djokovic, maior vencedor de Grand Slams entre os homens com 23 conquistas, buscava o 24º troféu para igualar o recorde de Margaret Court.
Além disso, o sérvio tentava o oitavo título em Wimbledon e se igualar a Roger Federer como o maior campeão do torneio no masculino.
Esta foi a primeira final de Wimbledon para Alcaraz e a nona para Djokovic, que também tinha como objetivo vencer os quatro Grand Slams no mesmo ano, depois de ter sido campeão do Aberto da Austrália e em Roland Garros.
Na final deste domingo, o jogo nem sempre foi de alto nível. As trocas de tirar o fôlego foram marcadas por muitos erros não forçados de ambos os lados (40 para Djokovic e 45 para Alcaraz).
Mas ao contrário da semifinal de Roland Garros, em que o espanhol sofreu com cãibras, o suspense na decisão de Wimbledon durou até o final do quinto set.
Djokovic começou mostrando de cara quem mandava. O sérvio teve apenas um break point para defender, logo no primeiro game do jogo, e depois dominou o set, ao quebrar duas vezes o saque de Alcaraz, que não conseguia encontrar um bom ritmo.
O jovem espanhol procurou suporte em seu box, contando com os conselhos de seu treinador, Juan Carlos Ferrero.
Depois da primeira parcial catastrófica, com alguns pontos positivos e o apoio do público, Alcaraz voltou para o jogo. No segundo game do segundo set, ele quebrou o saque de Djokovic, que devolveu a quebra em seguida, e o duelo se manteve equilibrado até o tie break, que terminou terminou com a vitória do espanhol.
No terceiro set, foi a vez do sérvio ser completamente dominado. De forma avassaladora, Alcaraz conseguiu três quebras e fechou em 6-1, numa parcial em que o quinto game teve 13 igualdades.
Como faz sempre que sente que está perdendo o domínio da situação, Djokovic deixou a quadra e foi para o vestiário para se preparar para o quarto set.
Perdido no jogo e mentalmente abalado, o sérvio tomou más decisões, inclusive sem jogar: como quando interrompeu um rali pedindo um desafio à arbitragem em uma bola que considerou fora e que, na realidade, tocou claramente a linha.
Mas em seu retorno, Djokovic foi novamente muito mais incisivo. Ele quebrou o saque de Alcaraz para abrir 3-2 e, vencendo por 5-3 no serviço do espanhol, abriu três set points e fechou a parcial em uma dupla falta do espanhol.
No set decisivo, Djokovic começou confirmando seu saque para sair na liderança. Mas não demorou muito para Alcaraz conseguir uma quebra com um lindo backhand para mudar o rumo do duelo e manter seu serviço até o fim, fechando o jogo sem ceder nenhum break point.
"Pensava que só teria problemas com você (Alcaraz) no saibro e talvez em quadra dura, não na grama. Mas agora a história é diferente", disse o sérvio sobre o jovem espanhol.
"Que qualidade no final do jogo. Você conseguiu grandes saques e grandes jogadas e merece totalmente. 'Enhorabuena!'("parabéns" em espanhol)", acrescentou 'Nole'.
Sem conter as lágrimas ao se dirigir a seu filho, que estava nas arquibancadas, Djokovic se disse "grato por ter vencido tantos jogos apertados este ano" e de ter sido "abençoado com tantos jogos incríveis na carreira. Este é mais um nos livros de história para mim".
* AFP