Um dos maiores narradores do futebol brasileiro, Galvão Bueno, 72 anos, receberá a Medalha do Mérito Farroupilha, a mais importante distinção concedida pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, nesta terça (13). A ideia da honraria foi do deputado estadual Luiz Marenco (PDT). Apesar de carioca, Galvão tem ligação com o Estado, com uma fazenda em Candiota, na Campanha.
Em entrevista ao "Show dos Esportes", da Rádio Gaúcha, o narrador falou sobre sua relação com o Estado. Ele também já foi visto aproveitando a praia no Cassino:
— Eu tenho grandes amigos aqui. Na sessão solene, farei questão de lembrar dos meus três sócios que me fizeram entrar no mundo do vinho. A minha história com o Rio Grande tem muito tempo, muitas ligações e muita coisa forte e gostosa. É a maior honraria que alguém pode receber. Estou muito orgulhoso. Há 22 anos, tenho essa relação. Comecei lá nas Pedras Altas, criando angus e cavalos criolos e agora tem a vinícola. Pelas tradições, pelos costumes, não há nada no Brasil parecido com isso, o respeito pelas tradições, pelos costumes, pela história e eu me sinto muitíssimo bem. Então, para mim é uma honra gigantesca.
Galvão conviveu e narrou em inúmeras oportunidades a Seleção Brasileira ao redor do mundo. No Catar, fez sua última participação pela emissora em uma Copa do Mundo, quando o time de Tite caiu nas quartas de final para a Croácia. Desde então, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não anunciou um novo treinador para a equipe.
— Acho que o momento é uma vergonha o que está acontecendo. Nós já vamos para seis meses sem um técnico da Seleção Brasileira. Nós já vamos para mais dois amistosos sem um técnico da Seleção. Sabe que eu me sinto um pouquinho culpado? Eu sou um fã incondicional do Ancelotti, do Carleto, uma pessoa com quem me dou, né? Três brasileiros me fizeram fazer contato com ele, Falcão, Kaká e Leonardo. Querem mudar? Carlo Ancelotti é para mim o nome. E eu já disse ao presidente, o Edinaldo, da CBF — explicou, mas continuou falando sobre quem são os brasileiros favoritos dele para assumir o cargo:
— Eu sempre digo a muito tempo. Se o Andreas Pereira não tivesse tropeçado e caído sentado em cima da bola na final da Libertadores e o Flamengo tivesse conquistado aquela Libertadores, o Renato (Portaluppi) já teria sido técnico da Seleção. E ele sabe disso, e já falamos sobre isso. Isso é um lado. O Diniz é um outro grande técnico, mas tenho minhas dúvidas se ele não precisa de muito tempo para montar o esquema de jogo dele.
Galvão, recentemente, assumiu que é torcedor do Flamengo e, no documentário sobre a sua carreira, no Globoplay, chega a ir com sua família no Fla-Flu. Aqui, no Rio Grande do Sul, no entanto, preferiu não sair do "muro":
— Acompanho os dois times, mas não sou nem Grêmio e nem Inter. E é bom deixar essa coisa bem clara. Eu fui dizer que que sou Flamengo. Os dois técnicos nesse momento de Grêmio e de Inter são dois amigos queridos, é verdade. Um deles já confirmou que vai ir na Assembleia, o outro vou tentar convencer.