A polícia espanhola anunciou nesta terça-feira (23) a detenção em Valência de três jovens suspeitos de proferir insultos racistas contra o atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, durante a partida de LaLiga no domingo entre o clube merengue e o Valencia.
"A polícia deteve três jovens em Valência por comportamentos racistas ocorridos no domingo passado no jogo entre Valencia CF e Real Madrid", informou a Polícia Nacional, que abriu uma investigação após os acontecimentos que provocaram uma onda de indignação, na Espanha e no exterior.
Alvo frequente de ofensas racistas desde que chegou ao Real Madrid em 2018, Vinícius Júnior foi chamado de "macaco" por torcedores do Valencia na derrota por 1 a 0 no domingo passado.
Os ataques, denunciados pelo jogador e pelo Real Madrid, levaram a Procuradoria de Valência a abrir uma investigação por crime de ódio, uma tipificação penal que inclui os crimes racistas na Espanha.
A Comissão Antiviolência, órgão vinculado ao Conselho Superior dos Esportes (CSD), anunciou na segunda-feira (22) que estava examinando as imagens disponíveis para identificar os autores dos insultos e "propor as sanções correspondentes".
O novo ataque provocou muitas reações na Espanha, onde os atos de racismo nos estádios são denunciado há muitos anos por jogadores e associações que consideram que o problema não é levado a sério no país.
"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam", lamentou Vini Jr nas redes sociais após a partida.
— A primeira coisa é reconhecer que temos um problema de comportamento, de educação, de racismo — disse na segunda-feira o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, pediu "tolerância zero" ao racismo no futebol.
* AFP