Após dois dias de adiamentos, a etapa de Bells Beach do Circuito Mundial de Surfe começou entre a noite de quarta e a madrugada desta quinta-feira (6). Na disputa masculina, oito surfistas brasileiros foram para a água na praia australiana e todos avançaram direto para a próxima fase. Única representante do Brasil entre as mulheres, Tatiana Weston-Webb terá de disputar a repescagem.
João Chianca, Filipe Toledo e Caio Ibelli, primeiro, segundo e terceiro colocados do ranking, respectivamente, passaram como vice-líderes de suas baterias. Atual campeão, Filipinho teve dificuldade para se classificar e se salvou de ir para a repescagem ao pegar uma onda avaliada com nota 5.47 a três minutos do fim da bateria. Terminou com a pontuação final de 11.24, acima do havaiano Ian Gentil (10.36) e abaixo do australiano Owen Wright (12.84).
— Está sendo especial para mim esse evento esse ano. É legal estar defendendo o título mundial e a vitória aqui no ano passado, ainda ter na bateria o Owen (Wright) no último evento dele, é realmente muito especial. Tem sido tudo incrível e estou muito feliz. Me sinto abençoado por fazer o que eu amo e por continuar até o final da temporada, agora que já passei pelo corte. Quero seguir surfando bem, manter o ritmo, para chegar entre os top-5 no final e me classificar para as Olimpíadas. Esses são os objetivos — disse Filipe Toledo.
João Chianca, por sua vez, somou o total de 11.67 para avançar na bateria que teve o australiano Dylar Moffat como líder, com 12.33, e o sul-americano Matthew McGillivray em terceiro, com 10.84. Assim como os compatriotas, Caio Ibelli teve pontuação menor que um rival da Austrália, mas avançou em segundo. Fez 10.94 pontos contra 13.27 de Ryan Callinan. O havaiano Ezekiel Lau ficou com 10.34 e vai para a repescagem.
— Pois é, estou chegando aqui em segundo lugar no ranking e as pessoas já criam expectativas, então estou tentando lidar com essa pressão. A bateria foi complicada. Eu preferi esperar por ondas melhores e mais consistentes, só que não entraram muitas ondas, mas estou preparado para tudo. Vi que as séries estavam demorando e fiquei rezando por mais uma oportunidade. Por sorte, a onda veio no final e consegui a nota que precisava. É incrível saber que já passei do corte e acho que estou colhendo os resultados de todo trabalho que fiz desde o ano passado — disse João Chianca.
Apenas dois brasileiros terminaram suas baterias em primeiro lugar. Michael Rodrigues fez 14.47 para superar o sul-africano Jordy Smith (12.47) e o australiano Callum Robson (11.9,). Já Yago Dora travou uma batalha franca com Samuel Pupo ao anotar 13.83 e avançou na ponta, deixando o compatriota em segundo, com 13.67. O americano Jake Marshall não acompanhou a dupla do Brasil e foi para a repescagem após somar 10.00 cravados.
— Foi bem difícil o início da bateria, porque eu estava com um plano na cabeça, mas tudo mudou. As ondas mudaram, então tive que me adaptar e estou muito feliz que no final deu tudo certo. Foi difícil manter o foco na bateria, com tantas opções de ondas para escolher onde surfar aqui em Winkipop. Eu prefiro Bells, mas essa onda é boa também, minhas pranchas estão ótimas, então é ficar pronto para surfar o que vier — disse Michael Rodrigues.
O tricampeão Gabriel Medina conseguiu a vaga ao terminar em segundo lugar, com 13.00 pontos, atrás do japonês Kanoa Igarashi, medalhista olímpico de prata. Liam O'Brien fez 12.43 na mesma bateria. O campeão olímpico Italo Ferreira também caiu no mar e fez 10.80 para avançar. Korone Andino, dos Estados Unidos, foi o primeiro, com 11.64, e Connor O'Leary, da Austrália, foi o terceiro, com 10.00.
Quinta colocada do ranking feminino, Tatiana Weston-Webb não teve um dia tão bom quanto os compatriotas da disputa masculina. Somou apenas 9.40, bem atrás da australiana Isabella Nichols (13.04) e da americana Caroline Marks (15.83), e buscará a vaga na próxima fase por meio da repescagem, em duelo com a australiana Tyler Wright e a francesa Johanne Defay.