Nascida em São José dos Campos, Pâmela Rosa, 23 anos, é uma das estrelas do skate brasileiro. Bicampeã mundial, a paulista superou uma lesão no tornozelo esquerdo nas últimas temporadas e encontra-se em um dos seus melhores momentos na carreira. Vencedora do street em Criciúma do STU National, Campeonato Brasileiro de Skate, a garota está em Porto Alegre para a disputa de nova etapa da competição.
Pela primeira vez na pista da orla do Guaíba, a maior da América Latina, Pâmela falou sobre as expectativas para o STU, projetou a disputa pela vaga olímpica em Paris e comentou sobre a representatividade feminina no skate brasileiro e mundial. Confira:
Como é para você estar aqui em Porto Alegre, nesta pista que todo mundo tem falado bem?Primeira vez que venho para essa pista, terceira vez na cidade. Acho que é muito gratificante ter um circuito em alto nível, com essa pista incrível, essa estrutura maravilhosa. Tudo isso vem para somar e ajudar, nós skatistas, muito mais, incentivar novos talentos e também mostrar que o skate pode chegar onde quiser. Muito feliz de estar pela primeira vez nessa pista, aproveitando bastante a cidade e a pista que é muito boa de andar.
Você é referência mundo afora, pelo currículo, como tem sido essa transição da modalidade, com coletiva cheia, com cada vez mais interesse, com mais exposição?
Acho que isso tem ajudado muito, a gente também tem construído o nosso espaço e para a gente é motivo de muito orgulho, pode ver as novas parcerias, as novas marcas e tomara que cresça cada vez mais. Os Jogos estão logo aí, a gente faz dessas competições nos deem mais experiência e também treinos para as Olimpíadas.
Você conviveu com lesões nas últimas temporadas, mas como está a Pamela para a temporada de 2023?
Não vou cometer o mesmo erro, aprendi muito depois dos Jogos de Tóquio, parei e pensei demais depois de tudo que aconteceu. O que eu mais dou valor e minha prioridade é estar 100% com o meu corpo. Acho que esse erro não vou mais cometer. Em todas as competições, estou indo bem. Tive um susto no fim do ano passado, quase tive que operar meu joelho, mas graças a Deus e meus fisioterapeutas estou bem. Estou 100% em 2023 e 2024 chegar ainda mais forte.
Você falou que tem uma relação amistosa com as outras competidoras por uma vaga nas Olimpíadas. Como é para você disputar com amigas um lugar em Paris?
Acho que não é uma rival. Uma puxa a outra. Eu, a Gabi (Mazetto) e a Rayssa brigando por vaga. Se Deus quiser, vamos conquistar as vagas. Acho que nossos maiores adversários são nós mesmas. Procurar evoluir. Essas competições agregam muito para a gente, para chegar lá em Paris bem.
O skate trouxe para as Olimpíadas um sentimento diferente, de compartilhar momentos e experiências, sem muita rivalidade.
Não tem. Estamos nos divertindo, o skate é leve, a gente torna tudo mais leve também. Acaba tudo saindo naturalmente, a gente só faz o que sabemos de todas as nossas vidas, as manobras acabam saindo naturalmente. É se divertir acima de tudo.
Você é jovem, mas como é ser referência para meninas mais novas? A gente vê muita gente tietando vocês, pedindo fotos...
É gratificante demais, porque no começo da minha carreira também era assim, me espelhava nas meninas mais veteranas. Poder ser referência e exemplo para elas é incrível. Eu também consigo me inspirar nelas e o que eu quero passar para elas é uma coisa que eu não tive no começo da minha carreira, uma estrutura, boas pessoas ao redor e boas pistas. Nosso Brasil está fazendo um papel bem feito e a gente só tem que fazer o que fizeram por nós.
Como é para você ser uma mulher no meio do skate?
Vem mudando bastante, já estão dando o maior valor para o esporte. É aquela frase que a gente fala. Mulher pode estar onde ela quiser. O logo do STU é uma mulher negra, visitando milhares de mulheres no Brasil e mostrando que não importa o seu gênero, sua cor, a gente está sempre aí quebrando barreiras e mostrando que podemos estar onde queremos.
Dá para esperar alguma manobra diferente aqui?
Acho que sim. Vamos ver como estará o campeonato. Tem muita coisa para mostrar ainda.