Um grupo de amigos percorreu todo o litoral do Rio Grande do Sul em cima de carros movidos a vela, prática chamada de carrovelismo ou mesmo windcar. Entre o final de outubro e o início de novembro, foram de Torres ao Chuí, viagem que levou pouco mais de 10 dias.
Um dos aventureiros é Rudi Wiesbauer, 73 anos, adepto do carrovelismo desde a década de 1970. Não é a primeira vez que o protesista atravessa o litoral gaúcho — já tinha feito a viagem quando iniciou no esporte.
— Nosso litoral tem essa característica de ter a maior área extensa e contínua do mundo. São 650 quilômetros interrompidos somente pela Barra de Rio Grande e o Rio de Tramandaí. Essa é a grande vantagem — diz.
Praticado há cerca de 60 anos no Brasil, o carrovelismo consiste em um equipamento com três rodas, assento e velas, mas sem marcha ou acelerador. É com a força do vento que o veículo anda, e não tem freio que o pare — por isso é incomum ver algum adepto percorrendo as areias das praias nos meses de maior movimento de banhistas.
— Só paramos manobrando contra o vento. E atingimos velocidades altas. Podemos andar a mais de 100 quilômetros por hora — diz.
Na aventura até o Chuí, os amigos, todos entre 60 e 70 anos, passaram por diversos contratempos e desafios. Logo na largada, fizeram uma parada de cinco dias em Tramandaí por causa de um vento sul que impedia a viagem, já que precisam do impulso provocado pelo vento norte.
Também depararam com uma carcaça de baleia em Cidreira, precisaram descer dos veículos e carregá-los nas mãos para atravessas as águas da Barra da Lagoa do Peixe, em Tavares, entre outras situações.
— Todo mundo gostou muito. Acontecem imprevistos, mas isso faz parte. É o tempero da coisa toda — garante Rudi.
Para janeiro, a turma de aventureiros está programando uma expedição de caiaques pelo Rio Camaquã.