Quando tomei a dianteira de liderar o projeto de cobertura do futsal no Grupo RBS, em agosto deste ano, tive duas certezas: do apoio imediato dos colegas e da empresa em fazer o desafio acontecer; e da paixão de milhares de gaúchos e gaúchas por este esporte emocionante.
Só não imaginaria que, em tão pouco tempo, o projeto, que ainda engatinha, pudesse ter uma transmissão de final da Liga Nacional de Futsal, ao vivo, na Rádio Gaúcha. O microfone mais potente do Brasil.
Tão pouco tempo, guardadas as devidas proporções, quanto os 129 segundos em que a inédita taça de campeão escapou das mãos do Atlântico e passou para o Corinthians.
Tempo tão pequeno que se equivale ao tamanho da decepção do torcedor de Erechim com a derrota de seu time de coração. Na quinta-feira, já tem quartas de final do Gauchão. E, logo ali, a Liga Nacional de 2023, com nova chance de título inédito.
Aos 17min49seg do segundo tempo, o Atlântico vencia por 1 a 0 e provocava uma prorrogação, onde jogaria por um empate. Êxtase de quase 3 mil torcedores no Caldeirão do Galo.
Aos 17min50seg, o empate de Deives. A partir de então, o Corinthians explorava melhor o uso do goleiro-linha. E, aos 19min59seg, fez 5 a 1.
Cento e vinte e nove segundos se passaram. Dois minutos e nove segundos. Tristeza geral. Forte demais para um jogo que foi muito equilibrado na maior parte do tempo. Fraco demais para acabar com um grande amor.
Erechim respira futsal. Como mais de uma centena de cidades do interior do Rio Grande do Sul que tem no esporte a sua maior paixão nos finais de semana. O futebol, nestas comunidades, não é a primeira opção.
As famílias se encontram, se apaixonam, se decepcionam, se divertem e se completam com o futsal. Neste domingo, narrando in loco a final na Gaúcha, vivi isso muito de perto. E tive confirmada a minha sensação inicial: perde-se um campeonato em pouco mais de dois minutos. Jamais, um amor.